É padre, cristão e espanhol. Fernando Báez Santana apontou o dedo a Beatriz Zimmerman, a mãe das duas crianças espanholas que terão sido assassinadas pelo pai, culpando a sua “infidelidade” pela tragédia que aconteceu. O padre Báez, como é conhecido, afirma mesmo que a mãe “colheu o que semeou” e, num vídeo partilhado nas redes sociais, conclui que “antes, os homens toleravam as mulheres mesmo que elas enlouquecessem”, algo que já não acontece, na sua opinião.

Ao pai, chama-lhe “pobre homem”, uma “vítima”, como as filhas, e acusa aqueles que criticam Tomás Gimeno de serem “assassinos piores” do que o homem que terá matado Anna, de 1 ano, e Olivia, de 6 anos. A Diocese das Canárias já se demarcou das declarações polémicas e pediu desculpa pelo que foi dito. O caso não fica por aqui e o Ministério Público vai investigar as declarações do padre.

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Segundo a imprensa espanhola, a Procuradoria Provincial de Las Palmas está a apurar se as declarações de Fernando Báez Santana podem ser classificadas como uma ofensa criminal para decidir se avança com o processo em tribunal.

Crime ou não, a diocese, em nome do bispo D. José Mazuelos, apresentou um pedido de desculpas públicas no seu site, expressando também a dor pelos acontecimentos ocorridos em Tenerife e dos quais foram vítimas Olivia e Anna. “Ao mesmo tempo, quer comunicar a sua repulsa categórica às indignas manifestações que o padre D. Fernando Báez fez nas últimas horas”, lê-se na nota divulgada.

“Lamentamos profundamente e pedimos desculpas pela dor que essas declarações causaram. Rejeitamos e proibimos essas opiniões pessoais que não refletem os sentimentos desta comunidade eclesial. Desta diocese, expressamos a nossa clara rejeição a todos os tipos de violência, especialmente as que afetam crianças e inocentes e, neste caso, a ‘violência vicária’ usada como meio para prejudicar a mãe”, defende-se no documento escrito.

O caso que está a marcar Espanha. O que levou Tomás Gimeno a matar as filhas — e o que fez a seguir?

Apesar da posição da diocese, nos vídeos publicados na sua página oficial de Facebook, o padre mantém a sua posição sobre o assunto.

A 27 de abril, Tomás Gimeno sequestrou as duas filhas, Anna e Olivia. Na quinta-feira passada, 10 de junho, a polícia espanhola encontrou o corpo da criança mais velha no mar, ao largo de Tenerife. O navio oceanográfico ‘Ángeles Alvariño’ encontrou duas sacolas de lona na âncora do barco de Gimeno: numa estava Olivia, a mil metros de profundidade. A segunda estava vazia. O corpo de Anna continua por encontrar.

Olivia e Anna, as duas meninas raptadas pelo pai, que terão sido levadas para alto mar, e nunca mais foram vistas