As várias campanhas de publicidade à vacinação contra a Covid-19 na Alemanha têm sido alvo de várias críticas. Com mais de dois milhões de euros gastos em anúncios, as escolhas não têm sido as mais consensuais.

A mais recente polémica incluiu a estrela da série Baywatch David Hasselhoff. Nas redes sociais do governo alemão, vê-se um vídeo com uma mensagem do norte-americano a apelar à vacinação: “Quero que a vida volte ao normal, principalmente a liberdade de ser vacinado”, disse.

O conselho que eu dou aos Estados Unidos, ao mundo e à Alemanha é para serem vacinados”, afirmou David Hasselhoff.

Este vídeo recebeu inúmeras críticas na imprensa local, sendo mesmo ridicularizado. Vários alemães questionaram a escolha de um ator norte-americano para apelar à vacinação no país e indignaram-se com um possível pagamento, que o ministério da Saúde alemão entretanto veio esclarecer que não existiu — o ator voluntariou-se para enviar a mensagem.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Há cerca de uma semana, rebentou outra polémica que fez desencadear várias reações e até obrigou o governo alemão a apagar a campanha publicitária. Para chegar às populações mais resistentes à vacinação, como é o caso dos imigrantes oriundos de países árabes, o ministério da Saúde alemão contratou Najeeb Al-Saidi, um médico de Berlim, para fazer passar a mensagem de que a vacina era segura.

Entretanto veio a descobrir-se que o médico tinha publicado conteúdos antissemitas nas suas redes sociais, apoiando simultaneamente o Hamas — grupo adversário de Israel, que luta pela Palestina. O caso gerou indignação, principalmente devido ao passado dos judeus na Alemanha, e o governo alemão reconheceu que deveria “ter estudado melhor o historial” de Najeeb Al-Saidi.

Mas a primeira polémica relacionada com a publicidade à vacinação remonta a novembro de 2020 e consistia numa série de vídeos destinados aos mais jovens. “Heróis especiais: sê preguiçoso, salva vidas” era o título e assistia-se a vários testemunhos de idosos a recordarem a sua juventude, em que o “destino do país estava nas suas mãos”, ainda que a única coisa que tivessem de fazer era “nada”. “Dia e noite ficávamos em casa e lutávamos contra a transmissão da Covid-19”, assiste-se no vídeo.

O objetivo era tentar convencer os mais jovens a ficarem em casa e os vídeos foram aplaudidos pela criatividade por vários humoristas. Ao mesmo tempo, a campanha publicitária foi criticada na imprensa local pelo seu tom leviano e insensível, dado que muitos trabalhadores essenciais não se podiam dar ao luxo de ficar em casa durante a pandemia.