O Media Lab do Iscte — Instituto Universitário de Lisboa apresenta esta segunda-feira os primeiros relatórios mensais da nova fase do seu Barómetro de Notícias, relativo ao período de janeiro a maio e recorrendo a tecnologia artificial da Priberam.

Em comunicado, a Priberam adianta ter colaborado com o MediaLab-IUL “através da disponibilização das suas tecnologias de análise automatizada de conteúdos através de algoritmos de inteligência artificial”.

O barómetro surgiu no final de agosto de 2011, no âmbito do Projeto Jornalismo e Sociedade do CIES (Centro de Investigação e Estudos De Sociologia) — Iscte, e “resulta da necessidade de tentar perceber quais os destaques que são feitos pelos jornalistas e editores na comunicação social portuguesa, nomeadamente para perceber melhor as agendas mediáticas e o valor que é atribuído às diferentes notícias”.

Desde maio de 2020, o MediaLab começou a usar tecnologia de inteligência artificial da Priberam, designadamente a que a empresa portuguesa tem vindo a desenvolver no âmbito do projeto europeu MONITIO.

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Entre outras funcionalidades, este conjunto de ferramentas “oferece uma plataforma de monitorização multilingue e em tempo real, capaz de — automaticamente — traduzir, filtrar, categorizar e produzir relatórios para profissionais de monitorização de media”, lê-se no comunicado.

O trabalho mais intensivo do MediaLab com a plataforma da Priberam começou, contudo, apenas em janeiro de 2021, sendo os relatórios a divulgar esta segunda-feira “os primeiros a terem uma apresentação pública”, mas sendo intenção do MediaLab que tal passe agora a acontecer com “uma periodicidade mensal”.

A utilização da tecnologia da Priberam possibilitou-nos mudar o foco do nosso trabalho, libertando-nos das tarefas de recolha da informação e permitindo-nos concentrar melhor os nossos esforços na parte da análise e investigação”, refere Ana Pinto Marinho, do MediaLab Iscte, citada no comunicado.

Segundo esta responsável, “sem o apoio destas ferramentas de inteligência artificial era praticamente impossível a produção deste trabalho com os recursos humanos — e o tempo — disponíveis”.

“O que isto nos permitiu foi passar a fazer um melhor tratamento da informação, focando-nos mais na análise e investigação, na identificação das grandes histórias, das narrativas mais importantes, e não apenas nos destaques noticiosos”, explicou.

Também citado no comunicado, o presidente executivo (CEO) da Priberam, Carlos Amaral, considera que este é “um caso de estudo que representa as potencialidades da inteligência artificial em geral e do projeto MONITIO em particular”.

Com a utilização desta plataforma, não só a monitorização, classificação e geração de relatórios passou a ser feita de forma automática, como os recursos até agora utilizados nessas tarefas puderam ser realocados para uma análise mais aprofundada dos dados — um trabalho para o qual os seres humanos estão muito mais vocacionados”, refere.

A Priberam é um fornecedor mundial de tecnologias de processamento e pesquisa da língua natural para a língua portuguesa, reclamando a liderança de mercado em sistemas de gestão do conhecimento do direito em Portugal.