Os Estados Unidos atingiram esta terça-feira 600.000 mortes por Covid-19, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins, e igualaram o número médio anual de vítimas mortais de cancro no país.

O número regista-se numa altura em que os casos de infeção e mortes por Covid-19 se têm reduzido drasticamente devido à campanha de vacinação e em que o país está, cada vez mais, a levantar confinamentos e restrições impostas há mais de um ano.

Em todo o mundo, cerca de 3,8 milhões de pessoas morreram vítimas da Covid-19, mas a agência de notícias Associated Press indica a possibilidade de que os números reais sejam “significativamente maiores, com casos não contados ou possivelmente ocultados por alguns países”.

O marco aconteceu no mesmo dia em que a Califórnia, o Estado norte-americano mais populoso e o primeiro a impor um confinamento para reduzir a propagação da Covid-19, suspendeu a maioria das restrições restantes e deu início ao que foi classificado como a sua “Grande Reabertura”.

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Assim, na Califórnia, deixa de haver regras estaduais de distanciamento social e limites de lotação em restaurantes, bares, supermercados, ginásios, estádios e outros locais. Com o início da campanha de vacinação em meados de dezembro, as mortes por Covid-19 nos EUA caíram para uma média de cerca de 340, de uma alta de mais de 3.400 em meados de janeiro.

O número de infeções detetadas diariamente situa-se em cerca de 14.000, abaixo dos 25.000 casos diários durante o inverno. Na segunda-feira, durante uma visita à Europa, o Presidente Joe Biden considerou que embora as mortes estejam a diminuir drasticamente, “ainda se perdem demasiadas vidas” e “agora não é altura de baixar a guarda”.

As mortes mais recentes são vistas de certa forma como especialmente trágicas, agora que a vacina se tornou disponível praticamente para todos no país. Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), mais de 50% dos 328 milhões de habitantes receberam pelo menos uma dose da vacina, enquanto mais de 40% estão totalmente vacinados.

Joe Biden assumiu o objetivo de ter 70% dos adultos do país vacinados até 4 de julho, dia da Independência dos Estados Unidos. Atualmente a percentagem de adultos vacinados está quase a atingir os 65%, mas a procura de vacinas diminui drasticamente e vários postos de vacinação ficam com um excedente de doses.

Na semana passada, segundo o CDC, eram administradas cerca de um milhão de vacinas por dia, abaixo do recorde de 3,3 milhões por dia em meados de abril. As primeiras mortes conhecidas pelo vírus nos EUA foram no início de fevereiro de 2020 e, quatro meses depois, o país atingia as primeiras 100.000 mortes.