Yara é uma empresa norueguesa do sector químico, que desloca anualmente milhões de toneladas de produtos potencialmente perigosos e todos eles tóxicos. Até aqui, eram necessárias 42.000 viagens de camiões porta-contentores para transportar os químicos entre as duas fábricas da empresa. Esta enormidade de deslocações realizadas por estrada, com recurso a veículos pesados com potentes e gulosos motores a gasóleo, não figurava entre as melhores opções para o ambiente.

Para substituir os camiões, a Yara concebeu um navio porta-contentores que realiza as deslocações entre a fábrica principal e as outras duas, a 13 km e a 30 km de distância. O navio, denominado Yara Birkeland, destaca-se por ser eléctrico, tendo trocado o tradicional e enorme motor diesel por dois motores eléctricos que somam 3200 kW, cerca de 4351 cv. Assegura uma velocidade de 13 nós, cerca de 24 km/h, contando com dois motores de proa (700 kW cada) que facilitam as manobras, sobretudo no porto.

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A alimentação dos motores do Yara Birkeland está a cargo de uma bateria gigantesca, com uma capacidade de 6,8 MWh, cerca de 132 baterias do Renault Zoe ou 68 de Model S da Tesla. Apesar da dimensão impressionante, o acumulador pode ser considerado pequeno face à carga transportada, o que se justifica pelas curtas etapas, pois o objectivo é recarregar os 6,8 MWh em cada paragem, para carga e descarga.

Mas o pormenor mais curioso do Yara Birkeland é a sua capacidade de não necessitar de timoneiro, capitão ou comandante, uma vez que é 100% autónomo, permitindo a condução sem “condutor” que a indústria automóvel ainda está a desenvolver.

Para as primeiras viagens foi instalada uma ponte de comando temporária, para que uma equipa pudesse fiscalizar o bom desempenho da gestão do leme pelo computador. Mas, no futuro, não haverá ponte de comando, leme ou timoneiro, pois tudo será automatizado, da carga e descarga do navio, à deslocação e até à atracagem no porto.

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