Péter Gulácsi foi a grande figura da Hungria no jogo frente a Portugal. Perante a Seleção, os húngaros tentaram facilitar a vida ao seu guarda-redes – com a ideia do bem defender –, mas a equipa nacional foi descobrindo, aqui e ali, maneiras de incomodar o jogador do Leipzig. Este, no entanto, defendeu (quase) tudo o que tinha para defender. O resultado final podia muito bem ter sido mais pesado para os húngaros, com Gulácsi apenas a “ficar mal” após um ressalto que o enganou e perante um penálti (e um “nó”) de Cristiano Ronaldo.

A excelente exibição de Gulácsi não é exatamente uma surpresa, depois de uma época em que foi o guarda-redes menos batido da Bundesliga, ajudando o RB Leipzig a terminar o campeonato na segunda posição, atrás do crónico campeão Bayern Munique.

Formado no MTK, equipa de Budapeste, foi contratado pelo Liverpool com apenas 17 anos, para alinhar nas camadas jovens dos reds. Nos anos que seguem é emprestado a vários clubes, desde o seu MTK até equipas inglesas como o Hereford, o Tranmere Rovers ou o Hull City.

Épocas “energéticas” nos dois Red Bull

É quando sai de Inglaterra que Gulácsi começa a “dar o salto”. Assina a custo zero pelo Red Bull Salzburgo e é bicampeão austríaco em 2014 e 2015, ganhando ainda por duas vezes a taça daquele país. Troca então de Red Bull, indo para o RB Leipzig, que o contratou por cerca de 3,5 milhões de euros.

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Há seis épocas na Alemanha é há muito o titular da equipa, estando nas recentes e excelentes épocas do conjunto. Além de boas campanhas domésticas, há a destacar a caminhada na Liga dos Campeões de 2019/2020, em que o Leipzig foi apenas eliminado nas meias-finais, pelo PSG, na Final Eight disputada no Estádio da Luz e no Estádio José Alvalade.

Sucessor natural do mítico Gábor Király, Gulácsi fez uma caminhada natural na seleção húngara, com muitos jogos nas camadas jovens dos magiares e a estreia em 2014 pela equipa principal.

O Benfica bem tentou…

No início da época 2019/2020, Bruno Lage, então técnico encarnado, decidiu que queria trazer mais experiência para a luta da baliza. Em certa conferência de imprensa, revelou que, depois de Cillessen, Fabianski e Perin (o último não assinou devido a problemas físicos), surgiu o desejo Gulácsi.

Na altura, explicou: “Por último, tentámos o Gulácsi. Tínhamos a informação de que o clube lhe tinha prometido um projeto diferente. No entanto, o RB Leipzig não negociava”.

E é fácil de perceber, quer por parte do Benfica, mas também da equipa alemã, que assegurou um guardião que tem cumprido e bem. Assim o fez esta terça-feira, apesar da derrota.