Um coro de assobios invadiu o Estádio Puskás Ferenc quando a seleção portuguesa entrou em campo para o aquecimento minutos antes da partida contra a Hungria. Os cinco mil adeptos portugueses que estão em Budapeste para prestar apoio à equipa não foram suficientes para abafar os apupos dos outros 56 mil húngaros que ocupam as bancadas.

A receção da equipa de Portugal já tinha começado mal quando, às portas do estádio, os adeptos da Hungria atiraram garrafas ao autocarro da seleção nacional. As culpas estão a ser apontadas aos Casuals, um movimento especialmente agressivo de hooligans em que os membros vestem roupas pretas de marca — preferem Stone Island, CP Company, Lacoste, Sergio Tacchini, Fila, Hackett & Fred Perry.

É uma forma de se mascararem: vestidos desta maneira procuram escapar à atenção das autoridades, conseguindo assim infiltrar-se entre os adeptos da equipa adversária para cometer atos de violência. Os Casuals húngaros são famosos pelo grau de agressividade que demonstram, mas o movimento português também já protagonizou um ataque às portas do Dragão no FC Porto-Sporting e Sp. Braga-Vitória de Guimarães em 2018.

Várias páginas dedicadas ao movimento Casuals têm partilhado imagens que demonstram a presença em peso no Estádio Puskás Ferenc — ele mesmo à pinha para o Hungria-Portugal. As fotografias mostram a multidão que invadiu as ruas de Budapeste e na qual se englobam os “Ferencváros lads” — “rapazes de Ferencváros”, um ramo dos Casuals que apoia o clube da capital húngara.

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