Morreu esta quinta-feira o fundador e primeiro Presidente da Zâmbia, Kenneth Kaunda. Tinha sido internado na segunda-feira no hospital militar de Lusaka, com pneumonia.

Kenneth Kaunda liderou o país africano durante 27 anos e defendeu as lutas de África pela independência, contra o apartheid e o HIV, o vírus da imunodeficiência humana.

O atual Presidente da Zâmbia lamentou o desaparecimento na sua página de Facebook. “Soube da tua morte esta tarde com grande tristeza”, escreveu Edgar Lungu, caracterizando-o como um “verdadeiro ícone africano”.

Como explica a agência Reuters, Kaunda será lembrado especialmente pelo papel na luta anticolonial, por ter enfrentado a África do Sul, governada por uma minoria branca.

Kaunda liderou a independência da Zâmbia, na altura colónia da Grã-Bretanha, tornando-a no primeiro país da região a libertar-se dos colonizadores europeus. Enquanto Presidente, lutou para que outras colónias seguissem o seu exemplo, rumo à democracia.

Após a morte do filho com sida, Kaunda dedicou-se também ao combate contra a doença, causada pelo VIH. À Reuters, chegou mesmo a dizer que os esforços contra a sida eram “o maior desafio para África”.

Em 1991, foi forçado a realizar eleições pluripartidárias, as primeiras em 23 anos, que perdeu contra o adversário, o sindicalista Frederick Chilub, terminando assim uma presidência de 27 anos — de 1964 a 1991.

As autoridades zambianas declararam 21 dias de luto nacional.

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