O PSD responsabilizou esta quinta-feira o PS por “vinte anos perdidos” no crescimento da economia e no aumento da competitividade, com os socialistas a rejeitarem o que dizem ser o modelo dos sociais-democratas, baseado no “empobrecimento” e “baixos salários”.

“É incompreensível que a melhoria da nossa competitividade, enquanto país que opera num mundo globalizado e aberto, não esteja no centro das prioridades deste Governo”, criticou o vice-presidente da bancada, Afonso Oliveira, no arranque do debate parlamentar marcado pelo PSD sobre “Competitividade: Um desafio urgente para Portugal”.

O deputado social-democrata referiu que, nas últimas duas décadas, o país teve um “crescimento anémico, medíocre, e inferior à média dos países da União Europeia”, com Portugal a ser ultrapassado pela Eslovénia, República Checa, Malta e Lituânia.

“Estes 20 anos correspondem a anos de Governo do PS, com exceção dos períodos da ‘troika’ que os socialistas chamaram”, criticou. Para Afonso Oliveira, já não se espera “que o Governo do PS e as esquerdas mudem”.

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“O senhor primeiro-ministro disse um dia que se arrepia quando ouve falar em reformas estruturais. Está tudo dito relativamente à vontade do Governo e do PS”, apontou, defendendo ser necessária “uma muito melhor governação”.

No seu diagnóstico, Afonso Oliveira apontou o baixo nível de investimento público, a elevada carga fiscal ou a morosidade da justiça como alguns dos ‘estrangulamentos’ ao aumento da competitividade da economia.

“Temos pelo menos duas opções: ou continuar a governar num modelo socialista que tem vindo a empobrecer o país alegremente com crescimento económico medíocre; ou queremos mudar para uma nova política económica que potencia a competitividade, assente no investimento e no crescimento económico”, apontou.

Pela bancada do PS, coube ao vice-presidente da bancada Carlos Pereira a primeira pergunta no debate, começando por estranhar que não tenha havido uma referência na intervenção inicial uma alusão à aprovação, na véspera, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), considerando que responde às críticas do PSD ao canalizar cerca de 30% das verbas para as empresas.

“Estava à espera que o senhor deputado pedisse desculpas aos portugueses pelo vosso modelo baseado no empobrecimento, o modelo do PSD era de salários baixos e custos baixos. A vossa tese de um puro empobrecimento é uma estratégia errada”, acusou.