Rúben Dias esteve no Mundial 2018 mas ainda era a alternativa a José Fonte e a Pepe, esteve na Liga das Nações já enquanto titular no centro da defesa da Seleção e chega à primeira fase final de um Europeu da carreira enquanto praticamente indiscutível para Fernando Santos. O central português teve uma época praticamente brilhante, tendo sido considerado o melhor jogador da Premier League no primeiro ano em Inglaterra e chegado à final da Liga dos Campeões com o Manchester City — e garante que essa exigência tem sido benéfica desde que se juntou à Seleção.

“A própria competição que fui tendo ao longo da época preparou-me para uma prova como esta. Também provocou desgaste, é verdade, mas diria que a época em si foi-me preparando para estar a um nível mais alto. A Alemanha também está no lote de candidatos. A mentalidade vencedora do meu clube agora está de parte, agora estou na Seleção. O que faz muito sentido, para mim, é que no meu atual clube, no meu clube anterior e aqui na Seleção, a mentalidade é a mesma e passa por querer ganhar os jogos todos”, atirou o central na conferência de imprensa de antevisão do jogo contra a Alemanha, referindo-se ao Manchester City e ao Benfica, antes de comentar o facto de ter feito mais de 60 partidas ao longo da temporada. “Para mim, são apenas uma motivação ainda maior. Gosto de me superar, de estar no limite, de fazer coisas que ninguém fez. Para mim, isso é uma motivação ainda maior e é um fator que me faz querer mostrar a mim mesmo que estou bem fisicamente e que estou forte”, explicou.

“O ‘eu’ não vai existir. Vai ser só o ‘nós’. É a única maneira”, diz Rúben Dias

Na sala de imprensa no Allianz Arena, Rúben Dias lembrou também que Portugal vai “defrontar uma seleção de alto nível, uma das melhores nesta prova”. “Temos consciência de que, apesar de termos começado bem o Europeu, é preciso colocar os pés no chão e entender que teremos de estar ainda melhor para vencer este jogo”, disse o jogador de 24 anos. O central analisou ainda o facto de Fernando Santos ter lançado dois médios de caráter mais defensivo contra a Hungria, Danilo e William, e comparou esse cenário ao de jogar atrás de um médio com propensão mais ofensiva. “A diferença resume-se àquilo que o jogo pede, ao que o treinador entende que é o melhor para o jogo. Dentro daquilo que ele pede temos de entender e executar o melhor possível. Foi um jogo bem conseguido mas agora é um novo contexto, novas dificuldades e temos de estar preparados para elas”, indicou.

Por fim, e para além de ter revelado que não sabia que um ativista da Greenpeace tinha aterrado no relvado do Allianz Arena durante o jogo entre Alemanha e França e que por isso não está “preocupado” com as condições de segurança”, Rúben Dias confidenciou que falou com Gündoğan, colega de equipa no City, sobre esta partida. “Por acaso falei com ele mas não foi uma conversa muito profunda, foi mais o desejo de boa sorte. Em relação ao jogo, frente a frente estarão duas equipas muito fortes, duas das melhores deste Campeonato da Europa, com um estilo de jogo dominador. Conhecemos bem a Alemanha, sabemos do que são capazes e os jogadores que têm mas nós também temos as nossas armas”, terminou o central.

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