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As autoridades belgas confirmaram a morte de cinco trabalhadores, quatro dos quais portugueses, na escola que desabou em Antuérpia, na Bélgica. Inicialmente a informação das autoridades belgas era de que apenas três dos cinco mortos eram portugueses, mas a informação foi corrigida este domingo pelo presidente da autarquia local. De Wever confirmou a morte de quatro portugueses, um dos quais com dupla nacionalidade (moldava e portuguesa), uma informação já confirmada ao Observador pela secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes. Há ainda um português que está hospitalizado em Antuérpia na sequência do acidente. Segundo Berta Nunes, está “bem, mas ainda nos cuidados intensivos”, no entanto, “sairá em breve”.

À Lusa, a secretária de Estado acrescentou que a família do quarto português identificado está a ser contactada de forma a verificar-se “se tem necessidade de algum apoio”. A governante adiantou também que já foram efetuados contactos com a seguradora da empresa portuguesa subcontratada, e que “o seguro já está a tratar de tudo o que é necessário”, tendo ainda sido disponibilizado um contacto direto da embaixada de Portugal na Bélgica para também prestar apoio.

“Todos estes três trabalhadores portugueses que faleceram e o que está internado são de uma empresa portuguesa subcontratada da empresa belga, e o seguro está já a acionar todos os meios para trasladar os corpos e para todos os procedimentos que forem necessários”, explicou à Lusa, indicando que será preciso voltar a falar com a família do cidadão com dupla nacionalidade, para aferir uma eventual trasladação.

Sobre o trabalhador português internado, Berta Nunes disse que, “aparentemente, ele não ficou soterrado, mas com a queda terá tido ferimentos graves e, por isso, teve de ser internado nos cuidados intensivos”.

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Sem deixar de realçar a “total colaboração” das autoridades belgas neste caso, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas reiterou uma vez mais as “condolências às famílias” e a disponibilidade para prestar todo o auxílio. Ademais, Berta Nunes garantiu que Portugal vai acompanhar através da embaixada a investigação das autoridades belgas sobre este acidente.

Entretanto, o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, enviou uma mensagem a António Costa, de condolências às famílias dos trabalhadores que morreram no “trágico acidente” de Antuérpia, informou hoje o gabinete do chefe do Governo português.

Um dos nove feridos que foram hospitalizados teve alta no sábado, avançam as autoridades belgas, no Twitter. Já três estão nos cuidados intensivos.

As operações chegaram ao fim no sábado, depois de na tarde de sexta-feira se ter chegado a confirmar a morte dos três portugueses que trabalhavam na obra. Aliás, a secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes, confirmou inicialmente ao Observador a morte dos três portugueses, numa altura em que o embaixador e o encarregado da secção consular na Bélgica estavam a caminho de Antuérpia.

O Governo português recuou horas mais tarde e admitia que estes podiam não ter morrido, estando apenas confirmado que estão soterrados. Na obra, de acordo com o Gazet van Antwerpen, estavam quatro portugueses, que trabalhavam para a empresa de construção Goorden Bouw en Service.

Governo disponibilizou apoio a família da vítima mortal confirmada

No sábado, Berta Nunes revelou à Lusa que o Governo contactou a família do primeiro cidadão português cuja morte foi confirmada. A secretária de Estado das Comunidades  confirmou que o português que faleceu na obra “é um dos três nomes” que o Ministério dos Negócios Estrangeiros belga tinha enviado na sexta-feira para a embaixada portuguesa, uma situação que levou inicialmente o executivo — e depois o Presidente da República – a lamentar a morte de três cidadãos nacionais.

“No caso do cidadão que faleceu, eu própria tive a oportunidade de falar com a companheira que está na Bélgica e, neste momento, ela sabe que vai poder contar connosco para todos os procedimentos que se seguirão e está também já informada de que a embaixada e o consulado irão acompanhar. Neste momento, é apenas isso, porque a situação ainda é muito recente”, afirmou.

De acordo com o Gazet van Antwerpen, os portugueses estariam em andaimes a trabalhar na fachada do edifício, quando este desabou. O incidente ocorreu por volta da 14h30. As operações de busca e salvamento prosseguem no local.

Um dos portugueses envolvidos no incidente, de acordo com o mesmo jornal local belga, é Carlos Rochas que vivia em Antuérpia há um ano. “Pouco depois de o edifício colapsar, tentei ligar ao meu marido, mas não consegui falar com ele. Não sei onde é que ele está nem como está”, afirmou Adriana, mulher de Carlos Rochas.

As causas do desabamento do edifício ainda não são conhecidas. O governo belga anunciou uma investigação ao caso.