O clérigo ultraconservador Ebrahim Raissi venceu, à primeira volta, as eleições presidenciais iranianas de sexta-feira, com as agências noticiosas internacionais a avançaram percentagens diferentes de voto, ambas citando o ministro do Interior do Irão, Abdolfazl Rahmani Fazli.

Segundo a agência France-Presse (AFP), que fala de resultados oficiais definitivos, Raissi obteve 61,95% dos votos, enquanto a agência espanhola EFE dá igualmente a vitória ao ultraconservador, mas com 65,4%. A taxa de participação, em que ambas as agências coincidem, foi de 48,8%, precisou o ministro, a menor registada em presidenciais desde o estabelecimento da República Islâmica em 1979, embora tenha de se ter em conta o apelo ao boicote pedido pela oposição iraniana, sobretudo a que está exilada.

A EFE adianta que a percentagem obtida por Raissi corresponde a 18.926.345 do total de 28.933.004 votos válidos, num universo de mais de 59 milhões de eleitores.

Os outros três candidatos eram Mohsen Rasai, que recolhe 3,4 milhões de votos, à frente de Adbdolnaser Hemati (2,4 milhões) e de Amirhosein Qazizadeh (quase um milhão), tendo-se registado ainda 3,7 milhões de votos inválidos. Antes do anúncio oficial dos resultados. Os três candidatos rivais de Raissi reconheceram a derrota e felicitaram o clérigo, que está sob sanções aplicadas pelos Estados Unidos.

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O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, defendeu que a participação da população nas eleições presidenciais do país, ganhas pelo clérigo ultraconservador Ebrahim Raisi, venceu “mais uma vez a propaganda dos meios de comunicação mercenários do inimigo”. Antes do ato eleitoral de sexta-feira, Khamenei tinha instado repetidamente os iranianos a derrotar uma campanha de apelo da oposição exilada ao boicote ao voto.

Em 28,6 milhões de votos contados, Raisi obteve “mais de 17.800.000” votos, declarou o presidente da Comissão Eleitoral Nacional, Jamal Orf, durante uma entrevista coletiva em Teerão, em que não deu uma estimativa da participação. Contudo, os números da comissão sugerem uma taxa de participação superior a 53%.

O general Mohsen Rezaï, ex-comandante-chefe da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, ficou em segundo lugar, com mais de 11,5% dos votos, à frente do ex-presidente do Banco Central Abdolnasser Hemmati (8,3%) e deputado Amirhossein Ghazizadeh-Hachémi (3,4%), segundo os números parciais fornecidos por Jamal Orf. De acordo com essa contagem, terá havido mais de 14% de votos em branco ou nulos.

Como já cumpriu dois mandatos consecutivos, o atual presidente iraniano, Hassan Rohani, em funções desde 2013, não pode concorrer às eleições presidenciais, realizadas em simultâneo com as municipais e parciais de alguns membros do parlamento e da Assembleia de Peritos.

Mais de 59 milhões de iranianos foram chamados às urnas, para escolher entre os quatro candidatos à presidência – três conservadores e um moderado, assumindo-se como favorito o clérigo ultraconservador e atual chefe do poder judicial, Ebrahim Raisi. Os rivais são Abdolnaser Hematí, antigo governador do Banco Central do Irão e o único moderado; Mohsen Rezaí, atual secretário do Conselho de Discernimento do Interesse Superior do Regime e antigo comandante da Guarda Revolucionária; e o primeiro vice-presidente conservador do parlamento, Amirhosein Qazizadeh Hashemí.

Como já cumpriu dois mandatos consecutivos, o atual presidente iraniano, Hasan Rohani, em funções desde 2013, não pode concorrer às eleições presidenciais, realizadas em simultâneo com as municipais e parciais de alguns membros do parlamento e da Assembleia de Peritos.