Daley Blind, jogador dos Países Baixos, pensou em não jogar o primeiro encontro do seu país no Euro 2020, frente à Ucrânia, depois do que aconteceu a Christian Eriksen. O defesa confessou que a situação do ex-colega de equipa (de 2010 a 2013 no Ajax) o afetou de sobremaneira, até porque o recordou do seu próprio caso.

Em 2019, num jogo do Ajax frente ao Valencia, para a Liga dos Campeões, uma episódio de tonturas e vertigem levou a que Blind fosse diagnosticado com um problema cardíaco, tendo sido operado para colocar um desfibrilhador, à semelhança do que aconteceu agora com o médio dinamarquês. Mas este não foi o único susto para Blind, que em 2020 desmaiou em campo, num jogo de preparação entre o Ajax e o Hertha de Berlim, depois de o seu desfibrilhador ter sido ativado. Desde então que os sustos ficaram para trás, com Blind a jogar, e quase sempre bem, ao mais alto nível. Esperança para Eriksen? Talvez.

Eriksen vai usar um desfibrilhador interno. Caso do dinamarquês “foi pior” do que o de Casillas, que “não voltou a jogar”

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Em declarações à imprensa holandesa, Blind, filho de outro grande central holandês e do Ajax, foi bastante claro: “O que aconteceu teve um grande impacto em mim, sem esquecer o facto de que conheço bem o Christian como amigo. A situação para ele é terrível. Claro que eu já experienciei algumas coisas nesta área e tive de ultrapassar uma barreira mental para jogar [contra a Ucrânia]”.

Christian Eriksen foi operado e já teve alta hospitalar

A meio da segunda parte desse encontro frente à Ucrânia (vitória por 3-2 dos Países Baixos), Blind foi substituído e saiu em lágrimas. Mas, como viria a dizer depois, estava orgulhoso do que havia conseguido: “As emoções saltaram cá para fora e estou orgulhoso por ter conseguido jogar por tanto tempo. Consegui, mas foi difícil”.

E sobre a tal esperança, Blind coloca a importância nas decisões e avaliações médicas, deixando ainda um claro pedido: “Quando aconteceu comigo, toda a gente me dizia que eu estava acabado como jogador e não voltaria a jogar. E olhem onde estou hoje. É por isso que eu digo a todos, ‘Deixem o Christian em paz'”.

“Senti-me preparado e confortável para voltar assim que tive luz verde dos médicos no hospital e do staff médico do Ajax. Não havia razão para que não pudesse jogar ao alto nível novamente. O mais importante é sentir-me livre. Não tive medo, estava muito feliz por poder fazer parte da equipa novamente e estar de volta. Assim que os médicos dizem que estás bem para voltar a jogar, apenas sentes a tensão e a excitação de jogar, não de medo”, frisou o jogador que teve uma passagem pelo Manchester United entre 2014 e 2018.