Os Estados Unidos impuseram esta segunda-feira novas sanções financeiras e restrições de vistos a dezenas de funcionários e entidades na Bielorrússia, em coordenação com a União Europeia, Reino Unido e Canadá.

As medidas retaliatórias — que visam em particular conselheiros próximos do Presidente Alexander Lukashenko e funcionários importantes dos ministérios do Interior e da Informação, bem como dos serviços judiciários e de informações — são uma resposta ao sequestro de um avião no final de maio para deter um oponente do regime.

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Num comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse ainda que estas medidas visam punir “a repressão persistente na Bielorrússia”, bem como as violações dos direitos humanos. “Estas sanções coordenadas demonstram a firme determinação transatlântica em apoiar as aspirações democráticas do povo da Bielorrússia”, explicou o chefe da diplomacia norte-americana.

Também o Reino Unido anunciou esta segunda-feira novas sanções contra funcionários do regime de Alexander Lukashenko, assim como contra uma empresa exportadora de petróleo na Bielorrússia.

As sanções — anunciadas em coordenação com a União Europeia, EUA e Canadá — poderão vir a ser complementadas com novas medidas sancionatórias, num futuro breve. O Departamento de Tesouro dos EUA congelou ainda qualquer participação nos EUA de 16 pessoas e cinco entidades, que também serão impedidas de usar o sistema financeiro dos EUA.

Entre eles estão a porta-voz do Presidente Lukashenko, Natalia Mikalaeuna Eismant, a presidente da Câmara Alta do Parlamento bielorrusso, Natalia Ivanauna Kachanava, e o chefe dos serviços de informações, Ivan Tsertsel. Por sua vez, o Departamento de Estado dos EUA proibiu 46 funcionários da Bielorrússia de entrar nos Estados Unidos — elevando para 155 o número de pessoas visadas pelas restrições de visto dos EUA.

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O sequestro de um voo comercial da Ryanair, em 23 de maio, para o aeroporto de Minsk, para deter dois passageiros (o jornalista dissidente bielorrusso Roman Protasevich e a namorada Sofia Sapega) reacendeu as represálias ocidentais já em andamento desde a disputada reeleição do Presidente Lukashenko, seguidas de ações de repressão sobre manifestantes pró-democracia.