Depois de 16 anos encerrada, a La Samaritaine abre finalmente ao público esta quarta-feira. Os icónicos armazéns parisienses foram inaugurados oficialmente esta segunda, e preparam-se para voltar a dar vida ao comércio de luxo da cidade, pelas mãos da gigante francesa LVMH, que gere o espaço, num período que se quer de revitalização do turismo.

Fundada em 1870 por Ernest Cognacq e Marie-Louise Jay, a La Samaritaine, cujo edifício é uma magnifica obra de Art Nouveau, foi durante mais de 150 anos um grande armazém de venda ao público, tendo fechado em 2005 por razões de segurança. Em 2001, o grupo LVMH comprou 55% das participações do espaço e em 2010 acabou por adquirir o restante, controlando o espaço na sua totalidade.

Para a reabertura, gastaram a módica quantia de 750 milhões de euros na renovação de todo o edifício com 20 mil metros quadrados de espaço comercial. É nesta área que se vão estender 650 marcas de luxo — entre moda, beleza, joias e relojoaria —, doze restaurantes e ainda um hotel adjacente, o Cheval Blanc Paris, que tem data de abertura prevista para 7 de setembro.

O projeto faraónico é assinado pelo estúdio de arquitetura japonês, Sanaa, já vencedor de Pritzker, e marca a paisagem parisiense pelo edifício envidraçado e ondulado no seu exterior.

“Era importante fazer uma loja que fosse diferenciadora, dado o ambiente competitivo de Paris, então concebemos esta como se fosse um lugar para morar e passear”, afirma Eléonore de Boysson, presidente da DFS na Europa e Oriente Médio, uma empresa de luxo detida maioritariamente pela LVMH, citada pela Vogue Business.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O grupo LVMH acredita que a revitalização do turismo pós-pandemia possa trazer de volta os tempos áureos deste armazém icónico da cidade das luzes, esperando assim que quando os tempos ditos normais regressarem a La Samaritaine receba cerca de cinco milhões de visitantes por ano. Espera-se que o espaço faça concorrência direta com o Printemps e com as próprias Galerias Lafayette.

“Pode-se dizer que é difícil atrair turistas e parisienses”, diz ainda Boysson. “Mas é exatamente o oposto: eles complementam-se. É importante para nós que os parisienses voltem aqui a este espaço que é tão especial para eles, que venham primeiro por curiosidade e voltem depois porque acham a experiência incrível. É também isso que fará com que os turistas cá venham, por ser um lugar icónico e autêntico onde também parisienses vão”.

“Oh la la” — foi a interjeição proferida por Emmanuel Macron ao entrar pela renovada La Samaritaine adentro. Esta segunda-feira foi agitada para o presidente francês que também esteve na inauguração junto do bilionário Bernard Arnault, dono do grupo LVMH.