Falta vacinar cerca de 13 mil pessoas nos lares portugueses, dos quais 9 mil são utentes e quatro mil são funcionários. A estimativa, que tem por base o número oficial de infetados nos lares a 12 de fevereiro, no pico da pandemia, foi dada ao Correio da Manhã pelo padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS). Em causa estão pessoas que contraíram a Covid-19 há menos de seis meses: ainda que haja “alguma abertura” para a vacinação destas pessoas, diz Lino Maia, em declarações à Rádio Observador, esta não acontece “de forma oficial e sistemática”.

“Continuamos sem saber nada dos lares ilegais”

Em maio último, a Direção-Geral da Saúde atualizou a norma e passou a autorizar que pessoas que tenham contraído o vírus há mais de seis meses possam ser vacinadas contra a Covid-19. A DGS admite também, na norma 002/2021, vacinar todos em alguns contextos, como os lares, independentemente das infeções anteriores.

O padre Lino Maia pede a aceleração da vacinação desta faixa etária numa altura em que surgem surtos em lares, incluindo o caso de uma mulher de 92 anos que morreu no Lar Torre Natal, em Faro, estando apenas protegida com uma dose — quatro dos seis funcionários do lar que também ficaram infetados recusaram tomar a vacina. Nesse sentido, o presidente da CNIS argumenta que a vacinação de funcionários nos lares devia ser obrigatória.

Ainda esta segunda-feira, Marta Temido, ministra da Saúde, comentou que o “objetivo” do Governo continua “a ser vacinar o mais possível mas privilegiar ainda as faixas etárias com maior risco”, lembrando que, neste momento, “quem mais se infeta é o grupo dos 20 aos 29, mas quem mais está a precisar de cuidados hospitalares é o grupo etário entre os 40 e os 50 anos. A lógica de proteger os mais vulneráveis mantém-se”, afirmou.

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