O FEST — Festival Novos Realizadores, Novo Cinema vai decorrer em Espinho, de 4 a 11 de outubro, com extensões no Porto e em Lisboa, e focar-se-á na obra da cineasta catalã Isabel Coixet, anunciou esta terça-feira a organização.

Depois de, em 2020, devido à pandemia de covid-19, ter apostado sobretudo na exibição de filmes através da internet e num cinema ‘drive-in’, a 17.ª edição do certame do distrito de Aveiro volta este ano a privilegiar o formato presencial, inclusive com um programa formativo que, embora com transmissão ‘online’, levará ao Centro Multimeios de Espinho diversas ‘masterclasses’ por profissionais de renome mundial de diversas áreas do audiovisual.

“Em paralelo, e em formato digital, decorrerá a 10.ª edição do mais relevante fórum de projetos em desenvolvimento em Portugal, o FEST – Pitching Forum, que permite que cineastas apresentem as suas ideias a produtores, financiadores, gestores de fundos e investidores de topo, abrindo portas na competitiva indústria cinematográfica”, acrescenta a direção do festival, revelando que a avaliação dessas propostas será dirigida pelo agente de talentos britânico Tim Corrie, e pelo produtor norte-americano Paul Miller.

As competições principais do certame mantêm-se – para distinguir a melhor longa-metragem, a melhor ‘curta’, a melhor obra portuguesa, novos valores e o melhor filme para o público infantojuvenil – e as obras a concurso serão visionadas numa “grande variedade de secções competitivas”, cada uma das quais concentrada “em determinado género e formato, apesar de todas serem temperadas por uma incessante procura de novos discursos e interpretações artísticas e conscientes”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A direção do FEST antecipa, por isso, que a edição de 2021 apresentará uma seleção de “alguns dos filmes mais vitais vindos dos quatro cantos do mundo”.

Quanto à componente não competitiva do evento, a aposta em Isabel Coixet deve-se ao facto de a cineasta ser “uma pioneira na luta pela paridade de género na indústria cinematográfica”.

Segundo realça a direção do festival, a realizadora é formada em História e, “com um passado na área da publicidade, rapidamente se tornou numa figura singular da cinematografia espanhola, fugindo a muitos dos estereótipos e discursos tradicionais do cinema local”.

Abordando na sua obra “muitos dos conflitos existencialistas mais relevantes” da atualidade, Isabel Coixet tem sido “uma referência no seu próprio país, não só pelo papel que teve na abertura de oportunidades para a entrada em cena de um conjunto de novas cineastas, mas também como uma das fundadoras e presidente honorária da EWA – European Women’s Audiovisual Network”.

Nessa perspetiva, o FEST de 2021 selecionou para exibir, entre os seus filmes mais marcantes, a curta-metragem “No Es Tan Fria Siberia” (2016) e as longas “Ninguém Quer a Noite ” (2015), “A Livraria” (2017), “Ayer No Termina Nunca” (2013), “Learning to Drive” (2014), “A Minha Vida Sem Mim” (2003), “A Vida Secreta das Palavras” (2005) e “Elegia” (2008).