Foi em Portugal, no Euro 2004, que a Rep. Checa teve a última caminhada de destaque numa grande competição. Nesse ano, os checos foram eliminados nas meias-finais, no Estádio do Dragão, pela Grécia, que se sagraria campeã da Europa contra Portugal. Fazia então parte da equipa técnica, como adjunto, o atual treinador checo, Jaroslav Silhavy, e, dentro de campo, alinhava Tomas Galasek, ele também membro atual do staff técnico.

Por este prisma, não é de estranhar que a Rep. Checa, ainda que sem os nomes de outras épocas e andanças, tenha cumprido a fase de grupos de uma forma segura, chegando à fase eliminar, algo que, como referido, não é nada estranho para os principais elementos do banco. A comparar com 2016, a campanha só podia ser mais positiva, depois de apenas um ponto conquistado na fase final disputada em França.

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A completar o Grupo D, os checos defrontaram esta terça-feira a Inglaterra, em Wembley (onde perderam com a Alemanha na final do Euro 96),  com ambas as equipas já com o apuramento “no bolso”. As recordações dos ingleses eram ambivalentes: as equipas encontraram-se na fase de qualificação para o Euro 2020, com a equipa da casa a ganhar sempre, com claros 5-0 para a Inglaterra e 2-1 para a Rep. Checa. As equipas defrontaram-se outras duas vezes (em 1998 e 2008) em jogos de preparação, havendo uma tendência nos quatro encontros: golos.

Por isso, não foi com surpresa, exceto para os defesas checos que ficaram a olhar, que Sterling acertou no poste logo aos 2′, na sequência de um chapéu a Vaclik. Sensivelmente dez minutos depois aconteceu mesmo o primeiro golo do encontro, precisamente pelo avançado do Manchester City, após passe de Grealish, que foi titular e correspondeu. Estava feito o 1-0, provavelmente para gáudio do príncipe William, presente nas bancadas de Wembley. Até ao intervalo, podiam ter acontecido golos para cada um dos lados, com o guarda-redes checo a ser um dos responsáveis pela situação.

À segunda parte pode chamar-se “morna”, com os ingleses a entregarem mais a bola aos checos, mas com as duas equipas a estarem, ou pelo menos a parecer estarem com a cabeça já nos oitavos de final. Para a Inglaterra, foi o nono (!) jogo sem conhecer o sabor da derrota, numa sequência em que sofreu apenas um golo.  Os números são muito positivos para os ingleses e as expetativas são, como sempre, altas. Está por saber o que conseguem fazer os rapazes de Gareth Southgate, que nos oitavos voltam a jogar em casa, no seu Estádio de Wembley.

O jogo a três toques

Para recordar

Sem Mount, a cumprir isolamento, Jack Grealish saltou para o onze inicial para ocupar o(s) lugar(es) que costuma ocupar o jovem médio do Chelsea, ou seja, os terrenos entre a esquerda e o centro do ataque, procurando a definição mas sem esquecer a criação. O jogador do Aston Villa foi o grande destaque da Inglaterra na primeira, caindo depois com a equipa nos segundos 45′. No entanto, o que Grealish fez, no que se inclui a assistência para o único golo do encontro, é suficiente para agradar aos exigentes adeptos ingleses e, sobretudo, ao treinador Southgate.

Para esquecer

As expetativas eram altas para Patrik Schick, afinal tinha marcado todos os golos da República Checa (três) até ao jogo desta terça-feira, sendo um deles uma “chapelada” do meio-campo. Hoje, contudo, e tendo em conta o que, sobretudo na primeira parte, os seus colegas até tentaram fazer no plano ofensivo, Schick não foi o jogador influente que se esperava. Na segunda parte – saiu perto dos 75′ –, caiu ainda mais, vítima também do abrandamento de todos os jogadores presentes em campo.

Para valorizar

Artur Soares Dias apitou o jogo entre ingleses e checos e teve uma exibição convincente. Conseguiu segurar o jogo sem cartões no início do encontro e os poucos erros que cometeu não mancham o trabalho feito pelo árbitro português. Com Portugal a jogar apenas amanhã, o futebol nacional, e mais concretamente a arbitragem, estiveram bem representados esta noite, em Wembley.