Os hospitais de Lisboa e Vale do Tejo, região que concentra o maior número de casos Covid-19, estão a abrir camas de enfermaria e de cuidados intensivos conforme as necessidades de internamento, disseram fontes hospitalares à Lusa.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou no final da semana passada que os hospitais da região de Lisboa já tinham sido colocados de prevenção, face ao aumento do número de casos de infeção com o novo coronavírus na região da capital.  No final da semana passada, o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) reforçou a capacidade dos cuidados intensivos para doentes com Covid-19, de seis para 10 camas, mas não foi necessário aumentar as camas de enfermaria.

“Temos uma enfermaria dedicada à Covid (30 camas) e 18 camas-tampão do SO do Serviço de Urgência — Área de Doentes Respiratórios”, adiantou uma fonte do hospital, assegurando que o nível assistencial a doentes com outras patologias “é muito significativo”.

Na segunda-feira, estavam internados neste hospital 28 doentes infetados com o SARS-CoV-2 em enfermaria e sete em cuidados intensivos (com uma média de idade de 56 anos), números “muito longe” dos 385 doentes registados a 26 de janeiro deste ano ou do máximo de 42 em cuidados intensivos, entre 14 e 16 de fevereiro de 2021.

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No Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC) , além do internamento na unidade de doenças infecciosas, já foi acionada uma área de internamento de Medicina Interna para doentes Covid, afirmou à Lusa uma fonte do CHULC, referindo que há mais de 20 camas disponíveis. “O plano anteriormente definido mantém-se, portanto, ativo. Desse modo, as enfermarias serão preparadas e ativadas conforme as necessidades”, adiantou.

NO CHULC, que integra os hospitais S. José, Curry Cabral, Capuchos, Santa Marta, D. Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa, estão esta terça-feira internados 56 doentes, dos quais 13 em cuidados intensivos, sendo a média de idade de 51 anos.

Entre os doentes internados estão pessoas vacinadas com uma e duas doses da vacina contra a Covid-19, mas nenhum em cuidados intensivos, disse a mesma fonte, acrescentando que a média de dias de internamento dos infetados é de 7,3 dias em intensivos e 6,5 em enfermaria.

No âmbito do processo de antecipação das necessidades assistenciais e planificação da resposta institucional, o Centro Hospilatar Universitário Lisboa Norte (CHULN) aumentou, há uma semana, de 21 para 42 as camas de enfermaria alocadas a doentes Covid-19 e de 10 para 16 as camas de UCI.

“O plano de contingência do CHULN caracteriza-se pela adaptabilidade e antecipação das necessidades, tanto na resposta à Covid-19 como na restante atividade do Centro Hospitalar”, que se mantém “sem qualquer limitação e a um nível que iguala ou até supera em algumas áreas o período pré-pandemia”, sublinha o centro hospitalar, que engloba os hospitais Santa Maria e Pulido Valente,

À data desta terça-feira, estão internados no Hospital Santa Maria 24 doentes em enfermarias e 14 em UCI, com uma média etária de 57 anos. Até à última semana, havia registo apenas de uma doente com vacinação completa, mas com “quadro menor de doença Covid-19 e com internamento por outras causas“, adianta o CHULN, que regista uma média de cinco internamentos diários por esta doença.

“Há um número maior de doentes internados apenas com uma dose, o que deve ser enquadrado com a fase vacinal em que esses doentes se encontram, por ainda não estarem cobertos pela imunidade mais abrangente conferida pela vacinação completa”, sublinha.

O Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, regista esta terça-feira 29 doentes positivos por infeção por SARS-COV-2, dos quais 23 estão internados em enfermaria e seis doentes em cuidados intensivos.

Dos 29 doentes internados, cinco têm menos de 39 anos, 10 têm entre os 40-59 anos, 11 entre os 60-79 anos e três têm mais de 80 anos, refere o HGO, que dispõe de uma enfermaria de isolamento dedicada à Covid-19 cuja capacidade ainda não se encontra lotada. O Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, tem esta terça-feira 27 doentes internados em enfermaria e oito em cuidados intensivos, num total de 35, com idades entre os 40 e os 60 anos.

“A esmagadora maioria” dos doentes internados não estão vacinados. Alguns estão vacinados com uma dose e “muito poucos” com as duas doses têm “doenças muito graves”, tendo sido essa a razão do internamento, disse à Lusa uma fonte do Beatriz Ângelo. Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, estão esta terça-feira internadas 450 doentes em enfermaria, mais sete do que na segunda-feira, e 101 doentes em UCI, mais quatro.