785kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

No rules, great scotch e duas pedras de gelo para Modric (a crónica do Croácia-Escócia)

Este artigo tem mais de 2 anos

Escócia deu o que tinha e mostrou o que não tinha contra uma Croácia que, mesmo não chegando onde consegue ir na exibição, voltou a ter Modric a segurar a Geração de Ouro II a par de Perisic (3-1).

Modric conseguiu desbloquear o jogo com um grande golo de trivela e fez ainda a assistência para o 3-1 final
i

Modric conseguiu desbloquear o jogo com um grande golo de trivela e fez ainda a assistência para o 3-1 final

Pixsell/MB Media

Modric conseguiu desbloquear o jogo com um grande golo de trivela e fez ainda a assistência para o 3-1 final

Pixsell/MB Media

Foram 90 minutos de entrega. De esforço. De suor que não teve sangue por sorte nas disputas mais acesas contra o gigante Tyrone Mings. Acabou quase em lágrimas. Lyndon Dykes, aquele avançado de cabelo rapado com ar de bad boy, tornou-se nos dois primeiros jogos na grande figura da Escócia. Não marcou, não conseguiu assistir mas foi um espelho para atitude guerreira de uma equipa que voltava aos grandes palcos e conseguira bater o pé à grande rival Inglaterra, com um nulo em Wembley que abria possibilidades de lutar pela qualificação no seu terreno, em Glasgow. E mais uma vez lá aparecia o número 9 como principal referência de Steve Clarke.

O avançado nascido na Austrália (que já pediu para que não confundissem o sotaque não britânico com o sangue escocês de que se orgulha) desde cedo que se apaixonou pelo desporto mas preferindo a bola oval à redonda até se mudar para a Golden Coast, onde foi inscrito pela mãe numa equipa de futebol. Depois, uma viagem com os “Australian Schoolboys” (equipas da formação do país) despertou o interesse do Queen of the South, equipa de Dumfries, de onde são os originários os seus pais. Era demasiada coincidência para não dar em nada e Dykes iria mesmo mudar-se para a Escócia quanto estava no improvável Surfers Paradise Apollo, uma formação radicada num bairro de surfistas com raízes gregas. Começou na segunda divisão da Escócia, passou ainda pelo Livingston e no ano passado reforçou o QPR, do Championship. Quase por acaso, tornou-se jogador. E internacional.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Longe vão os tempos em que Steve Clarke se podia dar ao luxo de escolher alguém como o mítico Ally McCoist mas Dykes tentava emprestar à equipa aquilo que se tornou o seu principal ADN: corrida, choque, luta, entrega, espírito de sacrifício. Mesmo sem Billy Gilmour, de fora por estar infetado com Covid-19, os escoceses tinham Andy Robertson, McTominay ou McGinn, jogadores de qualidade acima da média, mas era com a agressividade e a intensidade habituais que apostava tudo na surpresa que valesse a qualificação contra uma Croácia na teoria superior mas que desiludiu em termos exibicionais nos dois primeiros jogos do Euro. Seria suficiente?

Nos 15 minutos, foi. McGinn viu Livakovic fazer uma defesa dificílima num cruzamento em arco sem desvio de cabeça que nem por isso conseguiu enganar o guarda-redes croata (6′), Ché Adams teve um remate perigoso ao lado (10′) e era essa intensidade que fazia a diferença. Depois, e na primeira jogada coletiva bem construída a passar pelos pés de Modric acabou em golo: variação para a direita na subida do lateral Juranovic, cruzamento ao segundo poste para a assistência de Perisic e remate de Vlasic, a quebrar a resistência escocesa no primeiro remate à baliza (17′). McGregor, de fora da área, ainda deu esperança aos escoceses (42′) mas o capitão apareceu e para resolver, marcando um grande golo (62′) e fazendo mais uma assistência (77′). Como dizia aquele famoso anúncio de whisky, no rules, great scotch. Luka Modric juntou-lhe duas pedras de gelo.

O jogo a três toques

Para recordar

A Croácia não jogou bem na primeira parte e não melhorou após o intervalo. Aliás, é complicado perceber se foi mais surpreendente a má entrada dos balcânicos na partida ou a falta de reação mesmo podendo analisar tudo o que se tinha passado nos 45 minutos iniciais, sobretudo a nível de transição ofensiva e capacidade de chegar com perigo ao último terço. Em bom português, os vice-campeões mundiais estavam a colocar-se a jeito para algo pior do que o empate que já os afastava dos oitavos do Europeu mas apareceu o inevitável capitão a fazer toda a diferença. Com nota artística: Luka Modric foi lá à frente, rematou de trivela e colocou a bola em arco com uma mensagem clara de que aos 35 anos ainda tem algo para dar neste final de ciclo da Geração de Ouro II. E para que não houvesse dúvidas, ainda assumiu mais um canto para entregar de bandeja o 3-1 a Perisic.

Para esquecer

A Escócia tem um coração do tamanho do mundo, falta-lhe alguma cabeça na zona do meio-campo para pensar o jogo embora McGinn tenha voltado a deixar apontamentos interessantes que explicam o possível interesse na sua contratação por parte do Liverpool depois da saída de Wijnaldum (embora estejam a anos luz de distância), não tem mesmo a qualidade mínima para desequilibrar no ataque. Todas as equipas e todos os treinadores não se importariam de ter jogadores com o espírito e a entrega de Dykes ou Ché Adams mas é preciso mais a este nível e não é por acaso que os escoceses terminam com um golo em três partidas e num remate de ressaca de McGregor que por momentos ainda deu a esperança em Glasgow num milagre que não se confirmaria.

Para valorizar

A Croácia está refém de um 9, de um jogador que possa ser mais fixo ou mais móvel mas que dê golos à equipa e seja uma referência para o jogo ofensivo que em condições normais consegue criar. Um jogador como era, ou é, Mario Mandzukic. Ante Rebic não aproveitou a oportunidade com a Rep. Checa, Bruno Petkovic também não fez melhor, Vlasic marcou à Escócia mas também não foi essa figura. Mais uma vez, valeu Perisic, o salvador da equipa nos últimos 45 minutos frente à Rep. Checa (ou seja, quando passou para o lado esquerdo e marcou o empate) e na partida diante dos escoceses, com mais um golo de cabeça após canto e uma assistência. Não sendo um goleador e não tendo a época a jogar de forma regular como queria, está em grande momento neste Europeu.

Os golos e o resumo do jogo, em vídeo

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos