A Bélgica fez o último jogo da fase de grupos na passada segunda-feira, em São Petersburgo e contra a Finlândia, sendo que até já tinha o apuramento garantido antes até de entrar em campo. Portugal fez o último jogo da fase de grupos esta quarta-feira, em Budapeste e contra França, e ao longo dos 90 minutos chegou a estar virtualmente eliminado da competição. É certo que, dentro de campo, pouco ou nada disto importa: mas a verdade é que a Seleção Nacional entra em campo nos oitavos de final d Euro 2020, no próximo domingo, com menos 48 horas de descanso (e uma boa dose de ansiedade) do que os belgas.

E Fernando Santos, poucos minutos depois do final da partida decisiva contra França, já tinha isso em mente. “Desvantagem, não, mas claro que o descanso é importante e vamos ter de atenuar essa diferença de 48 horas, recuperar bem os jogadores. Agora, muito daquilo que eles fizeram hoje também dá essa capacidade anímica, que é muito importante para poderem anular, dentro do que é possível, esse cansaço. 48 horas de diferença, com temperaturas de 30 e poucos graus, faz diferença, claro… Agora, não podemos encontrar nisso um handicap. Vamos estudar bem o adversário, perceber bem como jogam e disputar os oitavos de final com o objetivo que sempre nos norteou, que é o de seguir em frente. Em teoria, é um bom jogo, mas espero que na prática seja um grande jogo de Portugal”, atirou, já na conferência de imprensa virtual que decorreu no Puskás Arena.

Tudo isto que vemos há tantos anos, senhoras e senhores, só tem um nome: história (a crónica do Portugal-França)

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Sobre a exibição portuguesa contra os franceses, e principalmente depois do jogo pouco conseguido contra a Alemanha em Munique, o selecionador nacional mostrou-se globalmente satisfeito. “Gostei do comportamento coletivo da equipa. Tínhamos de ser iguais a nós próprios, fazer aquilo que nos conduziu a tudo aquilo que já conquistámos. Fomos uma equipa forte, consistente nos vários momentos do jogo, com capacidade para ter bola, para construir, para criar. No seu todo, fomos uma equipa forte. Claro que temos de melhorar alguns aspetos, e a verdade é em alguns momentos do jogo perdemos um pouco essa capacidade e acabámos por permitir um golo ao adversário, mas fomos uma equipa forte”, explicou.

O treinador da equipa portuguesa comentou também o facto de a última jornada do grupo ter sido pautada por muita emoção e muitas mudanças na classificação, entre o resultado de Budapeste e o resultado de Munique, e acabou por revelar que não quis que os jogadores soubessem o que se estavam a passar no Alemanha-Hungria. “Só soube nos últimos cinco minutos [de descontos] que a Alemanha tinha marcado, até aí achei que a Hungria ainda estava a ganhar. Acho que desvalorizámos um bocadinho a Hungria, que provou ser uma seleção forte e que podia ter surpreendido. Alertei as pessoas para não dizerem aos jogadores o resultado da Hungria, porque nós é que tínhamos de construir o nosso resultado. E fomos uma equipa que sempre quis ganhar. Perder era um resultado que não interessava e gostávamos mesmo era de ter ganhado. Fizemos por isso e estivemos muito melhor do que no último jogo”, acrescentou Fernando Santos.