A ex-primeira ministra Maria das Neves, 63 anos de idade, licenciada em economia e especializada e finanças e crédito, anunciou esta terça-feira formalmente a sua candidatura às presidenciais de 18 de julho em São Tomé e Príncipe.

Não tenho o direito de fugir a minha responsabilidade. É preciso coragem para mais uma vez enfrentar todas as dificuldades de uma corrida eleitoral. Mas acima de tudo a vida ensinou-me que é preciso ter fé e é a fé que me faz crer que não estarei sozinha nesta jornada”, disse a candidata que foi chefe do 8º governo Constitucional são-tomense.

Numa cerimónia que se prolongou por mais de cinco horas, no espaço Cacau, no centro da capital, Maria das Neves manifestou-se “indignada com milhares de histórias de tantos são-tomenses que lutam todos os dias” pela sobrevivência.

A decisão que acabo de assumir nesse momento não foi, não é e não será fácil“, reconheceu Maria das Neves. “Não serão ataques à minha pessoa, as notícias falsas e o cansaço que irão me impedir de seguir em frente para que possa representar o nosso povo”, sublinhou.

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“Confesso que não foi fácil sair do que muitos chamam da zona de conforto, quando já temos a vida consolidada, uma profissão sólida, um trabalho social através de uma fundação, filhos formados, netos chegando para alegrar os nossos dias”, acrescentou a responsável.

Ex-ministra da economia para as áreas de agricultura, pescas, comércio, indústrias e turismo e ex presidente da rede das mulheres da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), Maria das Neves considera que o seu país “é uma casa completamente desarrumada”.

Prometeu, por isso, “com o espírito de diálogo permanente, união de forças e de muito trabalho” encontrar soluções para o país usando a sua magistratura de influência. Maria das Neves cujo lema de candidatura é “Trabalho e Determinação por um São Tomé e Príncipe Melhor” considera que o seu país “está mal”. “O facto de haver 19 candidatos concorrendo para estas eleições é porque o país não está bem”, referiu Marida das Neves que diz acreditar num São Tome e Príncipe melhor. Lamenta ainda o elevado número de desemprego no arquipélago referindo-se que isso deve-se ao fato do Estado ser o maior empregador.

É preciso abrir o país ao investimento estrangeiro, é preciso abrir o país ao investimento privado nacional, é preciso criar ambientes de negócio para que haja emprego e riqueza, para que o país possa evoluir”, defendeu a candidata que também foi vice-presidente do parlamento.

No seu manifesto eleitoral distribuído esta terça-feira no ato, Maria das Neves promete garantir e consolidar a estabilidade política, relançar a economia, promover o desenvolvimento, combater a pobreza e renovar a esperança no futuro.