Os lares portugueses querem que o Estado defina regras para os funcionários que se recusam a ser vacinados contra a Covid-19, uma preocupação perante o aumento de novos casos nestes estabelecimentos. Nos últimos dias, foram confirmados 54 casos entre funcionários e utentes, parte deles já recuperados, e seis surtos ativos.

Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, afirmou ao Diário de Notícias que esta “é uma situação que deve ser resolvida, porque acarreta consequências”. Estas consequências são a entrada do vírus através dos funcionários não vacinados, o que estará a acontecer nos estabelecimentos onde foram confirmados surtos (seis ao todo).

DGS confirma existência de seis surtos ativos em lares. Antecipada vacinação de utentes e funcionários que estiveram infetados

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De acordo com o responsável, um desses lares, o da Misericórdia de Faro, havia “três ou quatro funcionários” que não quiseram ser vacinados. “Na IPSS de Mafra também havia funcionários nesta situação”, adiantou, admitindo perceber a situação, porque o Estado decidiu que a vacinação seria voluntária. O problema “é que estes profissionais trabalham com pessoas de risco, muito debilitadas, estando esta sua opção a colocar em perigo a vida dos outros”.

“Não é fácil compatibilizar as duas situações, mas cabe ao Estado definir o que deve ser feito. Ou define regras para estes funcionários ou aceita as consequências”, defendeu. “Não é uma situação que tenha a ver com o setor, mas com direitos individuais, e, desse ponto de vista, cabe ao Estado resolver, definindo regras para sabermos todos como lidar com a situação, ou não resolver, mas assim ficamos todos cientes das consequências.”

Segundo Manuel Lemos, a questão tem vindo a ser colocada às autoridades de saúde, mas até agora ainda não foi dado qualquer esclarecimento.