A União de Sindicatos da Altice contestou esta quarta-feira o despedimento coletivo de 300 trabalhadores, referindo que não encontra “razões transparentes” para a decisão da empresa.

Na terça-feira, a Altice Portugal confirmou que vai dar início, “nas próximas semanas“, a um processo de rescisões de contratos de trabalho através de despedimento coletivo, no âmbito do Plano Integrado de Reorganização, que abrange cerca de 300 pessoas.

A União de Sindicatos da Altice não pode estar mais em total desacordo com o anúncio feito, por não encontrar razões transparentes que justifiquem tal tomada de atitude”, defendeu, em comunicado, a estrutura.

Os sindicatos afirmaram “não querer acreditar” que os trabalhadores estejam a ser usados para “guerras regulatórias”, acrescentando que querem ser a solução para os problemas com que a Altice se confronte. Porém, garantiram que não vão pactuar com “nada que não passe pela negociação séria” e pelo respeito de todas as partes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O despedimento coletivo, como medida autoritária e unilateral que é, não é solução. Vamos estar atentos ao desenrolar do processo”, vincaram. Os representantes pediram ainda aos trabalhadores que informem os sindicatos de “toda e qualquer abordagem” de que sejam alvo.

A União de Sindicatos da Altice disse ainda que na reunião que teve com a empresa, a Administração manifestou a intenção de, em sede de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), regular aumentos salariais para 2022.

Por outro lado, vão ser repostas as sessões sobre a avaliação de desempenho e revisão das carreiras. “Negociaremos tudo o que seja repor a justiça, o merecimento devido aos trabalhadores“, concluiu. Os sindicatos que compõem a Frente Sindical e a Comissão de Trabalhadores (CT) da Meo vão concentrar-se na próxima sexta-feira junto à sede da Altice Portugal. Esta é a primeira vez que a Altice Portugal avança para um despedimento coletivo. As saídas voluntárias no âmbito do Programa Pessoa totalizaram as 1.100 este ano.