O Governo da Madeira considerou esta quinta-feira que o anúncio da reentrada da região na lista verde do Reino Unido é “uma decisão justa”, que resulta de uma “luta árdua” de divulgação da segurança deste destino turístico.

“A Madeira está na lista verde do Reino Unido. Foi conseguida a descriminação positiva que se desejava”, refere o secretário regional do Turismo e Cultura da região, em comunicado.Segundo Eduardo Jesus, esta foi “uma decisão ajustada à realidade regional e vem reconhecer todo o trabalho em curso na afirmação da segurança do destino”.

O arquipélago da Madeira, as ilhas Baleares e algumas das Caraíbas, incluindo Barbados, vão ser adicionadas à lista verde de viagens internacionais e isentas de quarentena na chegada a Inglaterra, anunciou esta quinta-feira o Governo britânico. As alterações, que também incluem vários territórios ultramarinos do Reino Unido, vão entrar em vigor já na quarta-feira, revelou o ministro dos Transportes, Grant Shapps.

Para o governante insular, “este anúncio do governo britânico em relação à Madeira vem colocar justiça naquilo que o Governo Regional entende que deveria ser tido em conta desde o princípio”. Na nota, o responsável salienta que é o resultado “de uma luta árdua, um trabalho intenso, de dedicação permanente por parte do Governo Regional”. “Estamos por isso ansiosos para que a operação britânica seja retomada e com a força que tínhamos previsto”, acrescenta.

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O secretário madeirense recorda que foram realizadas 15 diligências junto do Governo britânico e português, dos responsáveis da saúde, embaixadores no Reino Unido e em Portugal, solicitando “a integração da região na lista de países e territórios considerados seguros do Reino Unido”, no âmbito da pandemia de Covid-19.

“Neste processo, houve também o cuidado de atualizar os operadores britânicos da situação epidemiológica nas ilhas da Madeira e do Porto Santo, os quais foram também informados dos pedidos de intervenção do executivo Regional, com vista à correção da decisão do governo britânico”, lê-se na nota.

Ainda de acordo com Eduardo Jesus, “a Madeira já tinha e continua a ter todas as condições para ser considerada na ‘lista verde’”, salientando que se afirmou como destino seguro “desde a operação de triagem no aeroporto, ao processo de vacinação” contra a Covid-19, que incluiu todos os profissionais do setor do Turismo, além da oferta dos testes, entre tantas outras medidas. “Tudo isso constituiu a aposta determinada por parte da Região Autónoma da Madeira”, sublinha. O responsável realça também o facto de a região registar “um número reduzido de infetados e de casos diário”, além do índice de transmissão (Rt) ser “o mais baixo do país”.

Eduardo Jesus argumenta igualmente que um dos fatores de maior importância que influenciou esta decisão do Governo britânico pode estar relacionada com o facto de a ligação da Madeira àquele país ser assegurada “na sua maioria por voos diretos, o que significa que não há a situação de contaminação em escalas que poderiam ser feitas em outros aeroportos”.

“Os cidadãos britânicos chegam à Madeira sem efetuar qualquer outra paragem”, refere, acrescentando que isso garante “a segurança no destino” aos passageiros.

Reentrada da Madeira na lista verde britânica é “uma grande vitória”, diz Albuquerque

O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou esta quinta-feira que a reentrada da região no “corredor verde” britânico “é um ato da mais elementar justiça” e uma “grande vitória” para a região.

Numa nota distribuída pela presidência do Governo madeirense, o chefe do executivo insular destaca “a quantidade residual de casos diários de Covid-19 que a região apresenta”, lembrando que esse foi um dos factos apresentados aos responsáveis britânicos.

Na nota, o chefe do executivo madeirense de coligação PSD/CDS-PP “agradece o contributo de todos os madeirenses e porto-santenses para a grande vitória que a região acaba de alcançar ao ver o Reino Unido reconhecer a justiça dos seus argumentos e das suas aturadas diligências, recolocando o destino Madeira na sua ‘lista verde’”.

O líder social-democrata madeirense destaca que os turistas britânicos e oriundos da Irlanda do Norte, que também recolocou a Madeira na sua “lista verde”, “têm assim caminho aberto para visitar a Madeira sem terem que, no regresso à sua terra, realizar uma quarentena obrigatória”.

No comunicado, Miguel Albuquerque reforça ainda que “se fez justiça” e elogia “a responsabilidade cívica, o esforço de todos (madeirenses e porto-santenses) e o cumprimento das normas e procedimentos profiláticos decretados pelo Governo Regional que permitiu retornar” a uma lista de onde a Madeira “não deveria ter saído”.

O governante reitera também o apelo para que os madeirenses “continuem a cumprir escrupulosamente com as normas sanitárias e as regras anunciadas”, sustentando que tal é “crucial para que a Madeira continue a apresentar uma situação controlada” da pandemia de Covid-19.

“Só assim a região será atrativa para os turistas que privilegiam, nas suas procuras no mercado turístico, um destino seguro”, afirma.

Miguel Albuquerque refere igualmente que, “depois da Alemanha, é o Reino Unido a reconhecer a situação pandémica da região e a segurança do destino, naquelas que são excelentes notícias para o turismo e para os empresários do setor, mas também para toda a economia da região”.