A greve parcial no Metropolitano de Lisboa, realizada esta quinta-feira entre as 5h00 e as 9h30, registou uma adesão de 93% dos trabalhadores da parte operacional e manutenção, disse Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS).

“Na parte operacional e manutenção, nós podemos fazer um balanço que ronda muito perto dos 93%, sendo certo que o êxito desta greve só será possível avaliar se for consequente e se efetivamente resultar daqui alguma aceitação ou, aliás, algum retorno por parte quer do Governo, quer da administração da empresa, situação que nós vamos ficar a aguardar”, afirmou a dirigente sindical da FECTRANS, em declarações à agência Lusa.

A greve da generalidade dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa decorreu entre as 5h00 e as 9h30, enquanto o setor administrativo e técnico fez greve entre as 9h30 e as 12h30, sem impacto na circulação do metro.

Na sequência da greve, a circulação de comboios esta quinta-feira iniciou-se apenas a partir das 10h15, uma vez que, de acordo com o acórdão do Tribunal Arbitral publicado no domingo, não foram determinados serviços mínimos durante o período de protesto dos trabalhadores.

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“Ainda não tenho as informações totais, porque temos muitos trabalhadores administrativos em teletrabalho, motivo pelo qual não é fácil fazermos o balanço”, referiu Anabela Carvalheira. No âmbito desta greve, a FECTRANS vai reunir-se com as restantes organizações sindicais na próxima semana, em princípio na quarta-feira, para avaliar o impacto desta ação de luta e a possibilidade de novos protestos dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa. “Só nessa altura é que estaremos em condições de poder dizer qual vai ser o passo seguinte“, indicou a sindicalista, sem adiantar informações sobre a possibilidade de uma nova greve.

Entre as reivindicações dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa estão “a prorrogação da vigência do Acordo da Empresa, o cumprimento inclusive do atual Acordo da Empresa, a contratação de novos trabalhadores e a possibilidade de progressão na carreira de alguns trabalhadores para que melhorem claramente as suas condições de trabalho”, apontou Anabela Carvalheira, referindo que a empresa está “muito depauperada” de trabalhadores em algumas áreas, particularmente em áreas de chefia.

O aumento salarial é outra das exigências dos trabalhadores, porque é um direito que “nos últimos anos, infelizmente, não tem sido efetivamente tido em conta” por parte da empresa, referiu a sindicalista da FECTRANS.

O pré-aviso da greve parcial realizada esta quinta-feira foi entregue após uma reunião com o Conselho de Administração da empresa, realizada em 2 de junho, na qual não foi possível chegar a um entendimento sobre o estrito cumprimento e a prorrogação da vigência do Acordo de Empresa.

A Lusa solicitou à empresa Metropolitano de Lisboa um balanço desta greve e um ponto de situação sobre as negociações com as organizações sindicais representativas dos trabalhadores, aguardando ainda uma resposta.