O vice-presidente da bancada do PSD Afonso Oliveira afirmou esta quinta-feira que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é da total responsabilidade do Governo e criticou este programa por secundarizar as empresas e a competitividade económica.

Estas críticas foram feitas por Afonso Oliveira na abertura do debate parlamentar sobre o PRR, após a intervenção inicial do dirigente do Grupo Parlamentar do PS Carlos Pereira e antes do discurso do ministro do Planeamento, Nelson de Souza.

“Este PRR é uma opção do Governo do PS. Dois terços do total deste programa serve para apoiar o Estado e apenas um terço se destinará às empresas. Ao não estar focado nas empresas, este plano não aposta na criação de emprego de qualidade, não aposta na competitividade e no crescimento económico do país”, advogou, antes de se referir à evolução económica do país nos últimos 25 anos.

Afonso Oliveira disse então que, ao longo dos últimos 25 anos, com “receitas socialistas”, o país perdeu competitividade em termos globais e registou uma clara estagnação económica.

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Este plano está assente nos investimentos para o setor público. Será que com receitas iguais este Governo espera ter resultados diferentes?”, interrogou-se o deputado social-democrata.

Na resposta a estas críticas, o vice-presidente da bancada do PS Carlos Pereira foi contestado de forma ruidosa por vários deputados do PSD, sobretudo quando acusou os sociais-democratas de incoerência política.

“No último debate parlamentar, para o PSD, o problema era o investimento público, mas hoje (quinta-feira) voltou à questão do investimento nas empresas. Ou seja, muda o deputado do PSD, muda o discurso do PSD”, comentou Carlos Pereira.

O deputado socialista eleito pela Madeira sustentou que o PRR, de forma direta, prevê “pelo menos cinco mil milhões de euros para as empresas”.

“Depois, no que respeita a outros programas do PRR, serão as empresas a executá-los. Mas há mais: O quadro financeiro “Portugal 2030″ tem mais seis mil milhões de euros para as empresas, o dobro do Portugal 2020”, argumentou.

Ainda na sua reação à intervenção de Afonso Oliveira, Carlos Pereira voltou a gerar protestos por parte dos deputados do PSD quando se referiu à evolução do investimento público desde 2010, ou quando acusou o executivo de Pedro Passos Coelho de ter registado “em 2014 o nível mais baixo em investimento em inovação”.