Através de vídeo e com uma mensagem gravada em inglês com legendas em português. Foi assim que Christine Ourmières-Widener se dirigiu aos trabalhadores da TAP no primeiro dia em funções como presidente executiva depois de ser eleita em assembleia-geral.

Nova administração da TAP com mandato esticado para quatro anos

A mensagem a que o Observador teve acesso começou com uma breve nota curricular em que a gestora francesa afirmou ser uma “apaixonada pela aviação” que sabia querer trabalhar no setor desde que concluiu os estudos como engenheira aeronáutica. Ocupou vários cargos ao longo de uma carreira de quase 30 anos que começaram pela área das tecnologias de informação — quando o Concorde (avião supersónico) ainda voava — e que passaram também pela operação e distribuição, atividade comercial até chegar a companhias aéreas regionais que liderou na Europa.

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Ourmières-Widener era consultora depois de ter saído de funções do Flybe Group, grupo de companhias regionais independentes com sede no Reino Unido.

O Covid-19 vai continuar a ser um desafio para a indústria. A gestora reconhece que o “último ano foi muito difícil para a TAP que está a viver um momento crucial, mas deixa uma mensagem de incentivo:  “Vamos superar juntos como outros desafios no passado”.

A execução do plano estratégico e de reestruturação elaborado pela anterior gestão da TAP será a grande prioridade, com Christine Ourmières-Widener a prometer uma “comunicação transparente e aberta” com os colaboradores da TAP porque todos vão ser importantes. Sobre o plano, a gestora constata que a empresa ainda aguarda pela aprovação da Comissão Europeia e promete comunicar mais passos do plano nos próximos meses.

Disse ainda que vai passar os primeiros dias a visitar as bases, escritórios e áreas da TAP para falar diretamente com os trabalhares, prometendo nesta fase ouvir muito. Christine refere que quer saber o que os trabalhadores acham que pode ser feito de outra forma e melhor. E enquanto não há contacto pessoal com todos, convida-os a enviar por mail ideias e comentários.

A TAP está na fase final do processo de redução do número de trabalhadores e ainda está em aberto o cenário de um despedimento coletivo que pode abranger cerca de 200 pessoas que não chegaram a acordo para rescindir.

A nova presidente executiva da TAP vai também encontrar-se com parceiros, desde acionistas, a fornecedores e outros stakeholders. Prometendo sempre o foco nos clientes, lembra que a indústria de aviação é muito competitiva e mostra vontade de tomar decisões arrojadas para executar mudança e inovação, mas em respeito por todos. Destacando as qualidades e competências dos colaboradores, acaba com uma mensagem de confiança de que “vamos conseguir atingir os resultados”.