Francisco Mendes da Silva vai deixar o CDS. O antigo dirigente democrata-cristão decidiu deixar o partido por não se rever no rumo escolhido pela atual liderança e por entender que o CDS deixou de querer ser um “instrumento relevante, atual e autónomo” na definição da direita e da política portuguesa.

A informação foi confirmada pelo próprio em declarações ao Observador. Mendes da Silva, comentador na TSF e canal Q, TVI e articulista no jornal “Público”, renunciou também ao mandato na Assembleia Municipal de Viseu. A falta de predisposição para estar na linha da frente do combate partidário também pesou na decisão.

A desfiliação do advogado é mais um sinal do período delicado que o partido atravessa. Depois de ter desafiado no Conselho Nacional de janeiro, Francisco Rodrigues dos Santos prometeu convocar um congresso para realizar eleições internas e terá, ao que tudo indica, Adolfo Mesquita Nunes como adversário.

Nem esse cenário — a eventual saída de Rodrigues dos Santos e a possível liderança de Mesquita Nunes, de quem Mendes da Silva é muito próximo — ajudou a evitar a rotura. O democrata-cristão decidiu bater com a porta por entender que já não passa por ele a definição do futuro do CDS.

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Entretanto, no Facebook, Francisco Mendes da Silva confirmou a decisão. “Não saio desiludido nem em conflito pessoal com quem quer que seja. Saio por falta de predisposição para o envolvimento partidário activo, nesta fase da minha vida, e por progressiva convicção de que o CDS deixou de querer ser um instrumento relevante e autónomo, dinâmico e moderno – e o mais representativo possível – dos princípios políticos que defendo. Não saio por ter deixado de acreditar no que há muito acredito; saio porque, acreditando no que acredito, sinto que deixei de ser útil no – e ao – CDS”, escreveu o democrata-cristão.

Devo aos viseenses a informação de que renunciei ao mandato de membro da Assembleia Municipal de Viseu. Fi-lo porque, em…

Posted by Francisco Mendes da Silva on Friday, June 25, 2021

*Artigo atualizado às 13h48 com a nota publicada por Francisco Mendes da Silva