O C3 Aircross, o B-SUV da Citroën, vai regressar ao mercado nacional este fim-de-semana, revelando uma estética mais atraente e musculada, como os amantes desta classe de veículos tanto gostam, além de estar mais confortável e mais recheado de equipamento. Contudo, continua a manter intactos os preços competitivos, dos menores do segmento.

O segmento dos pequenos crossovers, aqueles com pouco mais de quatro metros de comprimento, é um dos que mais cresce no nosso mercado, ao aliarem preços baixos a um maior volume interior e um certo ar de SUV, o que leva os clientes a concluir que adquirem bastante mais carro por apenas um pouco mais de dinheiro. O restyling do C3 Aircross é apenas isso, uma vez que a plataforma é a mesma, o que o continua a impedir de propor versões híbridas plug-in e sobretudo eléctrica, ao contrário dos outros B-SUV da Stellantis, como o Peugeot 2008.

Como é por fora?

Conduzimos o novo C3 Aircross numa incursão pelo Alentejo, sendo fácil identificar as modificações introduzidas na carroçaria, ao nível da frente, com novos faróis, grelha e guarda-lamas, que funcionam em conjunto para reforçar a sensação de robustez do modelo, como é pedido a um SUV.

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Na traseira surgem uns novos embelezadores que fazem lembrar os patins de protecção inferior dos jipes tradicionais, que também existem na frente, sendo que na zona lateral a única diferença que salta à vista é no elemento em vidro que interrompe o pilar traseiro do tejadilho, que passa a melhorar a visão para o exterior e a incrementar a luminosidade interior.

A Citroën reclama ainda para o renovado C3 Aircross uma maior possibilidade de personalização, graças às sete cores para a carroçaria, duas para o tejadilho, quatro packs color, para elementos como os retrovisores exteriores, e dois tipos de jantes (com 16” e 17”) em cinzento ou preto.

Continua entre os maiores por dentro

Este construtor francês continua a defender um posicionamento no mercado em que o preço acessível é determinante, pelo que aposta no que denomina “tecnologia útil”, ou seja, mais equipamento, mas apenas o necessário, para evitar escaladas no preço. Sentado ao volante, tornam-se evidentes os novos bancos, construídos com espumas de diferentes densidades, que o construtor afirma serem mais confortáveis, mas que nós gostaríamos de ver com maior apoio lateral. Visível é também o maior ecrã central, que cresce de 7” para 9”, através do qual é possível recorrer a um maior volume de serviços conectados, nomeadamente o Connect Nav, Connect Play e Connect Assist.

A posição de condução é decente e o novo apoio de braços ajuda, tanto mais que é um dos múltiplos espaços a bordo concebidos para arrumar objectos. À frente o espaço é bom, mas parece ainda melhor o reservado aos bancos traseiros, o que leva a Citroën a reclamar para si o habitáculo mais espaçoso do segmento, graças a um assento posterior regulável longitudinalmente, que ora privilegia o espaço para as pernas, ou o volume da bagageira, que atinge 520 litros.

Confortável e funcional

O refrescado C3 Aircross está disponível entre nós com um motor a gasolina (1.2 PureTech) e outro a gasóleo (1.5 BlueHDI), com ambos a oferecerem dois níveis de potência (ver aqui as características técnicas). O 1.2 PureTech tem versões com 110 cv e 130 cv, a primeira com caixa manual de 6 velocidades (CVM6) e a segunda com a automática convencional com seis relações (EAT6). A unidade diesel debita 110 cv, se associada à CVM6, chegando aos 120 cv quando acoplada à EAT6.

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Ao volante gostámos da insonorização, mesmo no SUV com motor a gasóleo, apreciando também a forma como digere o piso menos bom sem emitir queixumes e revelar ruídos parasitas. O comportamento é bom e previsível, sem que o B-SUV francês tenha uma orientação desportiva, favorecendo nitidamente o conforto. O construtor afirma que os portugueses preferem em 70%-80% dos casos os motores a gasolina, o que se compreende, uma vez que, a viajar dentro dos limites legais, a diferença de consumo existe, mas não é grande.

Tivemos ainda oportunidade de circular em estradões em terra, situação que o C3 Aircross digere com à vontade, não só devido às suspensões macias, como à maior altura ao solo (17,8 cm). Para os condutores mais ousados, a marca disponibiliza um comando rotativo na consola que permite escolher o melhor programa para ultrapassar o obstáculo que tem pela frente, de uma subida mais escorregadia a uma descida mais inclinada.

19.306€ a gasolina e mais 3600€ para o gasóleo

O C3 Aircross já está disponível entre nós (veja os preços aqui), com cinco níveis de equipamento (Feel, Feel Pack, C-Series, Shine e Shine Pack) e uma diversidade de personalizações e equipamento opcional. Como seria de esperar, os motores a gasolina são os mais em conta, sendo a versão mais acessível o C3 Aircross 1.2 PureTech 110 CVM6 Feel, que é proposto por 19.306€. Já o C3 Aircross 1.2 PureTech 130 EAT6 C-Series é comercializado por 24.106€.

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Entre as versões equipadas com motores a gasóleo, o C3 Aircross 1.5 BlueHDI 110 CVM6 Feel, está à venda por 21.816€, para o C3 Aircross 1.5 BlueHDI 120 EAT6 C-Series exigir um investimento de 27.006€. Para a marca, a nova versão do B-SUV deverá continuar a atrair mais de 70% de clientes com motores a gasolina, para apenas 20% optarem pelas versões que montam caixa automática, que é tradicional com conversor de binário, fabricada pelos japoneses da Aisin.

Pelos motivos que já explicámos, não haverá versões híbridas, híbridas plug-in ou eléctricas, o que leva a que este pequeno SUV anuncie, de acordo com o método WLTP, emissões de dióxido de carbono entre 121 e 140 g/km.