De acordo com a publicação alemã Manager Magazin, o CEO da Mercedes, Ola Källenius, está a preparar-se para a previsível possibilidade de os motores a gasolina ou a gasóleo serem banidos em 2030, muito mais cedo do que seria de esperar. O partido dos Verdes que poderá passar a governar a Alemanha ou, no mínimo, a ter um papel preponderante no futuro Governo, está decidido a acabar com a poluição automóvel e os carros serão as suas primeiras vítimas. Com os camiões e a tecnologia utilizada para gerar energia eléctrica a não terem de esperar muito pela demora.

Esta ameaça levou Källenius a optar por acelerar a chegada dos veículos eléctricos, ele que contava manter (e continuar a incrementar) a fabricação de híbridos plug-in, que são mais baratos de produzir e geram mais lucros aos accionistas. Ao que parece, todos os veículos eléctricos que estavam previstos para 2023 e 2024 serão antecipados um ano.

Segundo a publicação, o CEO pretende apresentar ao público a decisão de acelerar a concepção e produção de veículos eléctricos antes das férias de Verão, para tranquilizar empregados e accionistas. Para esta aceleração fazer sentido, a Mercedes vai ter de finalmente passar a fabricar as suas próprias células de bateria, não só por uma razão de custos – apesar dos elevados investimentos a que obrigam –, mas por uma questão de independência de mercados como o chinês e sul-coreano, os maiores produtores de células, mas também eles fabricantes de veículos.

A possibilidade de os motores a combustão virem a ser banidos na Alemanha, já em 2030, existe há muito, mas ganhou novos contornos após a reunião da VDA (associação da indústria automóvel alemã) e a nova candidata a chanceler e sucessora de Angela Merkel, Annalena Baerbock, dos Verdes. Quando a questão da data para acabar com os motores de combustão foi colocada em cima da mesa, nenhum construtor se quis comprometer com um ano específico. Mas Baerbock facilitou-lhes a vida, garantindo que “não há futuro para os motores de combustão interna com os Verdes”.

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