A Volvo irá iniciar em 2022 a comercialização do novo XC90 100% eléctrico, o seu SUV topo de gama. Quase tão curioso quanto o fabricante sueco ter avançado com mais um modelo alimentado exclusivamente por bateria, é o facto de ter anunciado que todos os futuros XC90 Recharge irão estar equipados de série com um LiDAR, um dispositivo que recorre a um sistema de laser activo para determinar distância e identificar objectos. Este LiDAR irá incrementar, de acordo com o construtor, a eficiência dos sistemas de segurança e de anti-colisão.

A decisão é de saudar e duplamente, primeiro porque significa que a Volvo continua a reforçar a sua gama de modelos a bateria, que depois de lançar o XC40 Recharge, se prepara para fazer o mesmo ainda este ano com o C40 Recharge, a versão mais desportiva do XC40, para depois em 2022 surgir o XC90 a bateria. O segundo motivo que impõe uma saudação ao construtor nórdico é o facto deste ter decidido incluir no equipamento de série do SUV topo de gama um LiDAR, termo que deriva de Light Detection and Ranging, um dispositivo caro, sofisticado e muito eficiente, na maioria das condições.

O LiDAR emite um varrimento de raios laser para a frente do veículo, que são reflectidos por todos os objectos, de automóveis a ciclistas, peões e animais, com o dispositivo a calcular a distância a que se encontram, a determinar a sua forma e o seu movimento. Este sistema de mapeamento por laser tem vindo a evoluir, reduzindo custos e aumentando a distância de detecção, atingindo os melhores equipamentos 400 metros. Contudo, têm tradicionalmente um desempenho menos bom em más condições, afectadas, por exemplo, pela chuva e nevoeiro.

Se a Volvo é o primeiro construtor a montar de série um LiDAR, conseguiu igualmente aplicar um sistema menos volumoso do que o tradicional cilindro, com dimensões ligeiramente superiores a uma lata de cerveja de 33 cl, esta última bem mais difícil de integrar no tejadilho dos veículos modernos. O CEO da Volvo, Hakan Samuelsson, recordou que a marca “sempre foi líder em segurança”, prometendo “estabelecer com esta decisão um novo nível de segurança automóvel”. Depois de instalado o LiDAR, desenvolvido pela Luminar, a marca sueca pensa alterar o software através de actualizações over the air, para introduzir novas potencialidades e caminhar rumo à condução autónoma. Para funcionar, o sistema da Luminar recorre ao chip Nvidia Drive Orin.

A Volvo comprometeu-se já em utilizar mecânicas exclusivamente eléctricas em 50% dos veículos comercializados em 2025, para atingir 100% em 2030. Durante largos meses colaborou com a divisão de condução autónoma da Uber, que recorria a diversos LiDAR para alimentar de dados o seu sistema “sem condutor”, o que lhe deverá dar algumas vantagens nesta matéria.

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