Líderes políticos, dirigentes feministas e representantes de várias organizações e quadrantes da sociedade civil vão participar a partir de quarta-feira em Paris numa cimeira internacional que pretende promover e impulsionar a igualdade de direitos entre homens e mulheres.

O encontro de três dias na capital francesa, intitulado Generation Equality Forum, é organizado pela agência ONU Mulheres, em parceria com os Governos de França e do México. O objetivo é que o debate sobre a igualdade de género e o empoderamento das mulheres marque a agenda global como aconteceu com a conferência da ONU em Pequim em 1995.

Apesar dos direitos das mulheres terem registado alguns progressos desde a década de 1990, o panorama atual também é marcado por retrocessos e a atual pandemia da doença Covid-19 não só aumentou as desigualdades, como também está a afetar de forma desproporcional as mulheres.

Segundo os organizadores do fórum, que terá um formato híbrido (presencial e através de videoconferência), uma das metas é que todos os atores envolvidos, incluindo representantes governamentais, de organizações internacionais e da sociedade civil, mas também do setor privado, assumam compromissos concretos para fazer avançar a igualdade de género, avanços esses que possam ser monitorizados e verificados. Este encontro em Paris foi antecedido por outra iniciativa que ocorreu no México entre 29 e 31 de março.

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Na capital francesa, a cimeira será aberta com uma intervenção do Presidente francês, Emmanuel Macron, que quando chegou ao Eliseu (Presidência francesa) em maio de 2017 declarou que os direitos das mulheres eram uma das “grandes causas” do seu mandato.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, o Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, a vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e a diretora-executiva da ONU Mulheres (agência criada em julho de 2010), Phumzile Mlambo-Ngeuka, são outras das intervenções que constam no alinhamento da cimeira.

Outro dos nomes anunciados é o da antiga chefe da diplomacia norte-americana e ex-candidata presidencial Hillary Clinton, que foi uma das protagonistas da conferência de Pequim há 26 anos. Chefes de Estado e de Governo de países de vários continentes estão previstos participar no encontro. Ao nível da Europa, e segundo a agência espanhola EFE, a chanceler alemã, Angela Merkel, e os primeiros-ministros do Reino Unido (Boris Johnson) e de Espanha (Pedro Sánchez) constam na lista de participantes.

A agência espanhola refere que a copresidência francesa pretende estabelecer através deste encontro “uma nova agenda feminista e progressista” à escala internacional, em reação à ascensão de vozes “conservadoras” e até “reacionárias“, numa referência à saída (em março passado) da Turquia da Convenção de Istambul.

Em vigor desde 2014, a Convenção de Istambul é um tratado pan-europeu destinado a prevenir e a combater a violência contra as mulheres.