A falta de chips está a tornar-se, para os construtores de automóveis, uma dor de cabeça quase tão grande quanto a pandemia. Sem chips, também denominados semicondutores, não se consegue produzir automóveis, tal como tão pouco é possível fabricar computadores, telemóveis, consolas de jogos e muitos outros dispositivos. O Grupo Renault não quer continuar a estar nas mãos dos fornecedores destas pequenas peças electrónicas, pelo que decidiu passar a produzir os chips de que necessita.

O conglomerado francês associou-se à STMicroeletronics (STM), uma empresa de material electrónico franco-italiana, para desenvolver os semicondutores necessários para não só fabricar os veículos que tem programado, como para fazê-lo com chips mais eficientes. O CEO da STM confirma que “esta parceria vai ser um novo passo em frente rumo à descarbonização, iniciada pela indústria de mobilidade e pela sua cadeia de fornecedores”.

Se a STM é praticamente desconhecida junto do grande público, já o seu antigo executivo, Benedetto Vigna, é hoje bastante popular, sobretudo depois de ter trocado a empresa de electrónica pelo cargo de CEO da Ferrari. Até então, Vigna era o responsável pelo desenvolvimento do pioneiro projecto de um giroscópio de três eixos, dispositivo que permite, entre outras possibilidades, que a câmara dos telemóveis troque o modo “retrato” por “paisagem”, assim que se coloca o equipamento na posição horizontal.

Com a nova parceria, a Renault espera assegurar a longo prazo o fornecimento de chips, mais necessários à medida que o volume de veículos eléctricos aumentar, uma vez que o maior número de funções que disponibilizam requer também um maior número de semicondutores.

A parceria entre a Renault e a STM “vai garantir uma redução das perdas na produção de elementos-chave em 45%, enquanto os custos dos motores eléctricos deverão ser reduzidos em 30%”, de acordo com o CEO do Grupo Renault, Luca de Meo.

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