O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, disse esta quarta-feira estar “satisfeito” com a “responsabilidade” com que a Turquia aplica a Convenção de Montreux, que regula a passagem de navios de guerra pelo estreito de Bósforo.

“Estamos satisfeitos com a forma como os nossos amigos na Turquia assumem a sua responsabilidade na aplicação da Convenção de Montreux”, afirmou Lavrov durante uma conferência de imprensa conjunta com o homólogo turco, Mevlüt Çavusoglu, após reunião conjunta na cidade costeira de Belek, na província turca de Antalya.

A Convenção, assinada em 1936, garante a passagem livre e gratuita de todos os navios de mercadorias pelos [estreitos de] Dardanelos e Bósforo, mas limita também os navios de guerra que os países não costeiros podem enviar para o mar Negro.

Lavrov negou que essa situação possa ser afetada pelo macro projeto do canal de Istambul, uma espécie de segundo Bósforo que a Turquia planeia construir de forma paralela à via marítima natural, 30 quilómetros a oeste. “A construção do canal de Istambul não será capaz de abrir a via a um destacamento militar estrangeiro”, assegurou o ministro russo.

Também Çavusoglu negou que a Convenção possa ser afetada pela construção do canal, um projeto polémico, muito criticado pela oposição que o considera caro, inútil e “ecocida“, pelas imprevisíveis consequências ambientais, mas apoiado pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que inaugurou o início das obras no sábado passado.

O chefe da diplomacia turca destacou as boas relações entre o seu país e a Rússia, sublinhando que Erdogan tinha falado 19 vezes por telemóvel com o homólogo russo, Vladimir Putin, durante 2020, e que o mesmo se tinha encontrado duas vezes em pessoa com Lavrov durante este ano.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR