A chanceler alemã, Angela Merkel, mostrou-se esta sexta-feira confiante de que Reino Unido e União Europeia (UE) encontrarão uma “solução pragmática” para a disputa sobre a aplicação do protocolo da Irlanda do Norte.

Na sua última visita oficial ao Reino Unido e depois de um almoço de trabalho com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, Merkel disse estar otimista sobre uma solução para este mecanismo polémico, dizendo que acredita ser possível encontrar “uma forma que mantenha a integridade do mercado único. A chanceler alemã disse ainda estar confiante de que a solução será benéfica para ambas as partes.

Estou otimista. Acho que isso pode acontecer“, disse Merkel durante uma conferência de imprensa conjunta com Boris Johnson, na qual o líder do Governo britânico se mostrou igualmente disponível para encontrar uma resposta satisfatória para esse problema que tem ocupado parte importante das negociações pós-Brexit entre Bruxelas e Londres.

O Reino Unido deixou em definitivo a União Europeia há meio ano, com o fim do período de transição em 31 de dezembro de 2020 e a entrada em vigor do novo acordo de parceria no dia seguinte.

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O facto de os termos da separação e da relação futura terem ficado consagrados nos textos negociados ao longo de anos entre Londres e Bruxelas não significa uma total harmonia, sobretudo devido a alterações britânicas nos acordos comerciais na Irlanda do Norte, que a UE diz violarem os termos do Acordo de Saída do ‘Brexit’, o que levou mesmo Bruxelas a abrir um processo de infração ao Reino Unido e a acenar com outros procedimentos legais.

O Protocolo da Irlanda do Norte, negociado em 2019 entre Londres e Bruxelas, mantém na prática a província britânica da Irlanda do Norte no mercado único europeu e na união aduaneira de mercadorias, ao estipular controlos aduaneiros sobre as mercadorias que chegam à Irlanda do Norte provenientes do resto do Reino Unido.

Este texto visa evitar o restabelecimento de uma fronteira física entre a província britânica e a República da Irlanda, membro da UE, a fim de preservar a paz celebrada em 1998 após três décadas de violência entre ‘unionistas’ a favor da manutenção sob a coroa britânica e Republicanos a favor da reunificação da ilha.