O Governo da Madeira afirmou este domingo que passageiros foram impedidos no sábado de viajar a partir de Lisboa pelas autoridades nacionais, que “sem cabimento” aplicaram as regras restritivas determinadas para a Área Metropolitana de Lisboa.

“Existiram alguns passageiros que foram impedidos [sábado] de embarcar indevidamente para a Madeira, o que causou um transtorno bastante grande a essas pessoas”, disse o secretário de Turismo madeirense, Eduardo Jesus, à agência Lusa.

O governante considerou que “esta situação que ocorreu sábado no aeroporto de Lisboa não tem qualquer razoabilidade”.

Segundo a edição deste domingo do Jornal da Madeira, 10 passageiros que pretendiam viajar para a Madeira foram impedidos pela PSP de embarcar num voo da TAP com partida do aeroporto de Lisboa por não terem um teste PCR negativo à Covid-19.

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Na origem deste caso estão as regras determinadas pelo Governo da República para a Área Metropolitana de Lisboa, aos fins de semana, devido ao aumento de casos de Covid-19.

A resolução do Conselho de Ministro estipulou ser apenas possível sair da área Metropolitana com a apresentação de um teste negativo ao novo coronavírus ou de um certificado digital.

O responsável com a tutela do Turismo no executivo madeirense realçou que “quando os passageiros pretendem circular entre Lisboa e esta região autónoma não ficam naturalmente sujeitos às regras que foram impostas” para essa parte do território nacional.

Por isso, reforçou que a aplicação da medida “não tem cabimento absolutamente nenhum” em relação aos que pretendem viajar para a Madeira.

“Estamos a falar de uma deslocação para uma região autónoma que tem um sistema próprio de controlo e rastreio da pandemia”, referiu.

Eduardo Jesus adiantou ser “perfeitamente conhecido tudo aquilo que a Madeira tem vindo a fazer” ao nível do controlo de entradas na região, existindo “unidades instaladas nos aeroportos da Madeira e Porto Santo onde não entra ninguém que não apresente um teste PCR feito nas últimas 72 horas ou se sujeite a fazer o teste PCR à chegada”.

O governante insular vincou que a “orientação que foi dada a nível nacional não tem cabimento aplicar-se à Madeira”.

Eduardo Jesus mencionou que “o governo regional quando se apercebeu dessa circunstância fez logo um conjunto de diligências no sentido de esclarecer, de informar as companhias aéreas, e, simultaneamente, esclarecer que esse impedimento era errado e abusivo”.

Para Eduardo Jesus, “importa agora que a normalidade seja reposta, que não haja repetição deste incidente”.

O governante madeirense realçou que este tipo de situações acarretam “prejuízo sobre a mobilidade” dos passageiros, defendendo que deve ser garantido ao grupo afetado, “que foi impedido de viajar para a Madeira, uma solução que faça essas pessoas chegarem à região o mais rapidamente possível e da forma mais cómoda”.

A Lusa contactou a PSP para obter mais esclarecimentos, mas sem sucesso até ao momento.

A Direção Regional de Saúde informou sábado que foram diagnosticados seis novos casos de covid-19, registando a região 78 situações ativas.

O Hospital do Funchal continua sem doentes internados nas unidades dedicadas à doença, indicou a DRS no boletim epidemiológico diário.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 3.974.841 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 183,4 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.112 pessoas e foram registados 887.047 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.