Quando a Citroën optou pela construção do 2CV, pretendia um modelo acessível e simples, capaz de motorizar uma França em pleno pós-guerra. O modelo foi produzido entre 1948 e 1990 e tinha como argumento uma suspensão confortável e com grande curso, que suportava tudo, aliada a um peso total de apenas 600 kg, o que lhe permitia funcionar embora recorresse a um pequeno motor de dois cilindros.
Apesar da sua denominação, o popular Citroën extraía mais de dois cavalos do seu motor, que inicialmente possuía uma capacidade de apenas 375 cc e debitava 9,5 cv, para depois evoluir ao longo dos anos, até atingir 602 cc e 30 cv. O termo 2CV devia-se ao sistema tarifário francês que, pela reduzida potência do Citroën, colocava o modelo dentro da segunda categoria.
Com espaço para alojar quatro adultos no seu interior, o 2CV era capaz de rodar tão bem em estrada como através do campo, tendo sido concebido pela Citroën como substituto de carroças de tracção animal para muitos pequenos agricultores gauleses. Muito mais próximo dos dois cavalos de potência está este Honda Civic, que fez desaparecer o seu habitual motor de quatro cilindros em linha. No seu lugar surgiu uma bicicleta em tandem, com dois lugares, cuja zona posterior está fixada dentro do compartimento do motor, de onde os ciclistas saem como se se tratassem das renas voadoras do carro do Pai Natal.
A única forma de locomoção deste Honda Civic é os cerca de dois cavalos que tem ao seu dispor e aqui não nos estamos a referir aos dois voluntários para pedalar a bicicleta. Cada ciclista profissional consegue produzir uma potência mecânica de 400 watts durante períodos de uma hora ou mais, podendo num sprint atingir 1 kW. Um ciclista normal não deverá gerar uma potência superior a 300 W e os dois indivíduos que se podem ver no vídeo, com os seus corpos a tender mais para o redondinho do que para o musculado, terão dificuldade provavelmente em atingir este nível. Isto faz do Honda um modelo com 0,6 kW, ou seja, 0,8 cv. Caso os dois homens melhorem consideravelmente a sua forma física e dupliquem a potência, apontando assim aos 1,6 cv – mais próximo dos dois cavalos que muitos pensam que o motor do Citroën 2CV debitava – a velocidade máxima atingida pelo Civic a pedal poderá superar os actuais 3 km/h.