Um cientista político alemão, chefe de uma unidade de pesquisa (think tank), é suspeito de ter sido espião, entre 2010 e 2019, dos serviços secretos chineses, anunciou esta terça-feira o Ministério Público da Alemanha.

O suspeito, Klaus L., foi detido na segunda-feira e encontra-se em prisão preventiva. O académico terá alegadamente fornecido aos serviços chineses informações “obtidas principalmente por meio dos seus numerosos contactos políticos de alto nível“, ligados ao think tank que dirige, especificou o procurador-geral alemão, em comunicado de imprensa. O suspeito foi detido na sequência de um mandado de prisão emitido por um tribunal de Munique em 21 de junho passado.

O professor, que conseguiu dar ao seu think tank uma “importância internacional” graças à sua “reputação científica e às redes que construiu ao longo dos anos”, terá sido abordado pelos serviços chineses durante uma viagem a Xangai, em junho de 2010. “Membros dos serviços secretos da China contactaram o suspeito para encorajá-lo a cooperar”, descreveu a procuradoria-geral encarregada de casos de espionagem internacional.

Nos anos seguintes e até novembro de 2019, o suspeito forneceu regularmente informações aos serviços secretos chineses, antes ou depois de visitas de Estado ou de conferências multinacionais, bem como sobre vários assuntos da atualidade”, detalhou o Ministério Público na acusação.

“Em troca, o suspeito foi financiado para comparecer a reuniões com responsáveis dos serviços secretos chineses” e “recebia uma avença“, refere a Justiça alemã.

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