Depois de um atraso significativo por causa dos efeitos da pandemia, no ano passado, os reembolsos de IRS estão a voltar ao ritmo pré Covid-19. Este ano, já foram devolvidos mais 642 milhões de euros do que no ano passado, o que significa um aumento de 32,9%.

Os números revelados pelo ministério das Finanças ao Jornal de Negócios, esta terça-feira, contrastam com os de 2020 e voltam a aproximar-se dos de 2019, quando a pandemia ainda não tinha chegado a Portugal. Se este ano os reembolsos já atingiram os 2.596 milhões de euros, em 2019 o número era muito semelhante (por esta altura, tinham sido devolvidos 2.588 milhões).

No ano passado, como recorda o mesmo jornal, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, assumia que os atrasos estavam a servir como uma espécie de almofada para o défice, que se via assim atenuado. O único compromisso que o Governo assumia então era que pagaria até ao final do prazo legal, a 31 de agosto.

Segundo escrevia a Lusa esta segunda-feira, a Autoridade Tributária e Aduaneira já liquidou cerca de cinco milhões de declarações (faltam cerca de 600 mil), sendo que estas resultam, em média, num reembolso de 1.074 euros.

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Fisco processou até agora 2,4 milhões de reembolsos de IRS. Valor médio ronda os 1.074 euros

Foram apuradas 1.656.677 declarações com um resultado nulo, ou seja, estes contribuintes não têm nada a receber nem a pagar.

Este ano, tal como no ano passado, verificou-se uma corrida aos reembolsos, com um número de declarações entregues logo no primeiro dia (571.142, desta vez) muito superior às que foram entregues no arranque do processo em 2019 (224.039).

Ainda assim, recebe-se menos dinheiro nesta fase desde que o Governo ajustou, no Orçamento do Estado para 2020, as tabelas de retenção na fonte, o que significa que o montante retido à partida (e, portanto, o que é depois devolvido) é mais baixo.