Foi nas redes sociais que Alberto Índio comunicou a decisão de encerrar definitivamente o Hot Five Jazz & Blues Club na baixa do Porto. “Fica aqui esta imagem daquele que foi durante as últimas décadas o clube de música ao vivo de referência do Porto e talvez do país! O legado continuará”, pode ler-se na publicação acompanhada por vídeo do espaço.

Aberto desde 2006, na zona dos Guindais, o clube musical tornou-se um dos mais procurados na cidade, tendo fechado portas temporariamente em março de 2020, devido à situação pandémica do país. Agora a situação parece ser irreversível. “Tive de o vender a um grupo hoteleiro, a pandemia não deixou outra alternativa. O Governo não dá apoios a este setor nem previsões para poder reabrir”, justifica Alberto Índio ao Observador.

O Hot Five Jazz & Blues Club surgiu “numa altura em que a música e o Porto eram muito diferentes”. O músico portuense transformou a casa num dos clubes musicais mais conhecidos da cidade e nas sonoridades prevaleciam o jazz e os blues, mas também havia espaço para outros estilos musicais, como a soul, a folk ou a country, nomes internacionais, bandas tributo ou novos projetos. Nos últimos anos, tinham sido os turistas a ocupar 70% das cadeiras do Hot Five. “Eles dão calor à casa, reservam mesas com três meses de antecedência e vêm de propósito à procura de algo específico. Não querem um sítio só para beber um copo, a música está sempre associada.”

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Na publicação que dá conta do encerramento definitivo, Alberto Índio sublinha a importância do negócio no panorama artístico do Porto. “Neste palco e neste humilde clube muita gente se cultivou, muita gente se mostrou, muita gente se divertiu, muita gente descontraiu. Fomos muito felizes!”

Em abril de 2019, o responsável recuperou o antigo cinema Nun’Álvares, na zona da Boavista, para instalar o Hot Five Jazz & Blues Club — Uptown, que continuará a funcionar no futuro.

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