Tecnologia de inteligência artificial integrada num sistema denominado ‘Rapid Motor Adaptation'(RMA), permite a robôs com pernas adaptarem-se a todo o tipo de terreno e circunstâncias novas em tempo real, anunciou esta sexta-feira a empresa Facebook.

Até agora, os robôs com pernas tinham a grande fragilidade de serem incapazes de reagir a obstáculos ou irregularidades no terreno, funcionando apenas em ambientes pré-programados, sendo o RMA o primeiro sistema a permitir que robôs possam caminhar adaptando-se às mudanças no terreno e a obstáculos em tempo real, anunciou a Facebook, mais conhecida pela rede social a que dá o nome.

A tecnologia – desenvolvida em colaboração com a School of Computer Science da universidade Carnegie Mellon e com a Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos – assenta em dois subsistemas distintos de inteligência artificial, mas que trabalham em conjunto, de forma assíncrona, para garantir respostas em segundos: o primeiro fornece ao robô informação sobre os ambientes e as suas variáveis – como diferentes níveis de peso, fricção ou instabilidade – e o segundo dá-lhe ferramentas de aprendizagem e adaptação.

Sistemas mais comuns de inteligência artificial dependem da análise prévia de grandes quantidades de informação para “ensinarem” dispositivos a realizar tarefas e a estabelecerem correlações.

Os testes desenvolvidos mostraram que os robôs com sistema RMA conseguem ultrapassar outros modelos a nível de performance, conseguindo adaptar-se a um peso que tenham de carregar e prosseguir caminho mesmo com desgaste na sua estrutura: em 70% dos testes o robô usado para a experiência caminhou com sucesso em trilhos na floresta, em 80% dos testes percorreu eficazmente terrenos com pedras ou cimento e conseguiu manter a sua posição quando recebeu uma carga de 12 quilos (que representa o total do seu peso).

A tecnologia RMA pretende que os robôs possam adaptar-se a situações nunca previstas pelos programadores, conseguindo manter a marcha sobre pisos mutáveis como areia, lama, relva ou lixo, e vir a dar apoio em situações como missões de resgate em locais perigosos ou de difícil acesso para humanos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR