(artigo atualizado às 12h36)
A Football Association (FA), entidade que controla e supervisiona todo o futebol inglês — o equivalente em Inglaterra à Federação Portuguesa de Futebol — emitiu um comunicado na madrugada desta segunda-feira a condenar os comentários racistas registados nas redes sociais e direcionados a alguns dos jogadores da seleção inglesa após a derrota na final do Euro 2020 frente à Itália.
“A FA condena veementemente todas as formas de discriminação e está chocada com o racismo online que tem sido dirigido a alguns dos nossos jogadores de Inglaterra nas redes sociais”, lê-se no respetivo comunicado. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiar os jogadores afetados, ao mesmo tempo que pedimos as punições mais duras possíveis para todos os responsáveis .”
O abuso online foi dirigido a três jogadores em particular: Marcus Rashford, Jadon Sancho e Bukayo Saka (23, 21 e 19 anos, respetivamente), os três atletas que não foram bem-sucedidos no momento dos penáltis ingleses (o trio de futuras estrelas é também a cara do desalento inglês). Nenhum dos jogadores comentou até ao momento o sucedido, muito embora a conta oficial de Twitter da seleção inglesa já se tenha pronunciado: não só partilhou o comentário da FA, como acrescentou a seguinte mensagem: “Estamos desgostosos que alguns dos nosso esquadrão — que deram tudo pela camisola neste verão — tenham sido submetidos a abusos discriminatórios online”.
We’re disgusted that some of our squad – who have given everything for the shirt this summer – have been subjected to discriminatory abuse online after tonight’s game.
We stand with our players ❤️ https://t.co/1Ce48XRHEl
— England (@England) July 12, 2021
Também a Metropolitan Police abriu uma investigação. No Twitter, a polícia britânica disse estar ciente de um número indeterminado de comentários ofensivos e racistas feitos nas redes sociais dirigidos a jogadores de futebol no rescaldo da final do Euro 2020 que deu a vitória a Itália. “Este abuso é totalmente inaceitável, não vai ser tolerado e vai ser investigado.”
A FA esclarece ainda que vai continuar a fazer tudo em seu poder para “eliminar a discriminação do jogo”, ao mesmo tempo que “implora” ao governo britânico que “aja rapidamente” do ponto de vista legal para que “este abuso tenha consequências na vida real”, responsabilizando ainda as redes sociais que foram palcos dos comentários.
This England team deserve to be lauded as heroes, not racially abused on social media.
Those responsible for this appalling abuse should be ashamed of themselves.
— Boris Johnson (@BorisJohnson) July 12, 2021
Boris Johnson também reagiu ao sucedido, defendendo que os protagonistas dos comentários racistas “deveriam ter vergonha de si mesmos”. Num tweet publicado há minutos, o primeiro-ministro britânico escreve ainda que a seleção inglesa “merece ser elogiada enquanto heróis” e “não abusada racialmente nas redes sociais”.
I am sickened by the racist abuse aimed at England players after last night’s match.
It is totally unacceptable that players have to endure this abhorrent behaviour.
It must stop now and all those involved should be held accountable. W
— The Duke and Duchess of Cambridge (@KensingtonRoyal) July 12, 2021
A reação mais recente é a do príncipe William — que esteve presente no jogo de ontem à noite com a mulher, Kate, e o filho, George. No Twitter, disse estar “enjoado com o abuso racista dirigido aos jogadores da Inglaterra” após o jogo. “É totalmente inaceitável que os jogadores tenham de suportar este comportamento repulsivo.” Na mensagem, o herdeiro à coroa alega ainda que todos os envolvidos devem ser responsabilizados.