Não é normal acontecer uma vez, quanto mais duas vezes em poucos dias, mas a verdade é que a seleção de basquetebol dos EUA voltou a perder na preparação olímpica. A herdeira do nome “Dream Team”, repleta de talento da NBA e principal favorita, como sempre, à medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, perdeu com a Austrália.

Depois da derrota frente à Nigéria, foram os australianos que deixaram sorridentes o court em Las Vegas, vencendo por 91-83. Os fãs norte-americanos não gostaram de ver a sua equipa a perder dois jogos seguidos pela terceira vez desde 1992 — e até se ouviram alguns assobios.

De forma algo semelhante à do jogo com os nigerianos, onde os EUA lideravam por nove no terceiro período, não segurando depois a vantagem, foi com os mesmos nove pontos à frente do adversário que as estrelas norte-americanas foram para o intervalo. No entanto, mais uma vez, não conseguiram segurar a vantagem.

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Para Gregg Popovich, treinador dos EUA, que até gostou do que viu, a equipa quebrou fisicamente. “Acho que jogámos melhor [do que frente à Nigéria]. Depois de pouco tempo juntos ainda há muitas coisas que temos de trabalhar, mas a primeira e a segunda parte foram muito diferentes. Na primeira parte defendemos como queríamos e fomos melhores nos ressaltos. Tivemos um bom ritmo e movimentámos bem a bola no ataque. Na segunda parte, ficámos cansados. Vamos aprender com isto”, referiu o treinador dos San Antonio Spurs na NBA.

Curiosamente, o destaque australiano vai para Patty Mills, jogador de Popovich nos Spurs, que anotou 22 pontos. O base, que parece crescer quando joga ao serviço do seu país, foi um problema para a defesa norte-americana. “Não estamos satisfeitos e ainda temos um longo caminho a percorrer. Ainda podemos melhorar e é na defesa que nos vamos segurar.  Joe Inglês, que apontou 17 pontos, disse que a Austrália entrou no jogo “com a expetativa de ganhar”.

Do lado norte-americano os destaques não foram surpreendentes. Kevin Durant anotou 17 pontos e Damian Lillard marcou 22, não suficientes vencer o encontro. “Não é a primeira vez que a equipa dos EUA é testada. Talvez não vencida duas vezes seguidas, mas já vi isto antes. Os outros países continuam a melhorar e estes jogadores ficam melhores, mais confiantes, e querem muito vencer-nos. Nota-se quando estamos em campo”, afirmou Lillard, a estrela dos Portland Trail Blazers.

Os australianos estão agora com um recorde de duas vitórias e 28 derrotas frente aos EUA, com o outro triunfo a acontecer também num jogo de preparação, mas para o Mundial de 2019, na China. Foi precisamente nesse torneio que os norte-americanos perderam pela última vez dois jogos seguidos, terminando a competição num “estranho” sétimo lugar.