O professor catedrático do Departamento de Física de Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra Carlos Fiolhais considerou esta segunda-feira, que Portugal só terá futuro “se os jovens, e em especial os novos doutores, tiverem futuro”.

“A Universidade deve renovar-se, ganhando novas asas. Voar mais alto. É para mim a altura de dar a voz e a vez aos mais jovens, que os temos brilhantes e merecedores de oportunidades”, disse Carlos Fiolhais.

O catedrático falava esta tarde numa palestra intitulada “História da Ciência na Universidade de Coimbra”, organizada pela Universidade de Coimbra (UC), por ocasião do final da sua carreira docente.

Portugal só terá futuro se os jovens e em especial os novos doutores tiverem futuro, se investirmos e confiamos neles. Estou certo que Portugal terá futuro, apesar de algumas nuvens que nos toldam temporariamente o horizonte”, afirmou Carlos Fiolhais na palestra realizada no auditório da Reitoria da UC, com presenças limitadas e acesso restrito e com transmissão em ‘streaming’ para toda a comunidade em ‘www.uc.pt/emdireto’.

O professor catedrático do Departamento de Física de Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC e diretor do “RÓMULO” Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra proferiu a sua última aula a 28 de maio, mas hoje, deu uma “segunda última lição” e escolheu falar “sobre a História da Ciência em Coimbra porque é também, em boa parte, a história da ciência no país”, justificou.

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“Após 44 anos a exercer docência, investigação e extensão cultural na Universidade de Coimbra, a minha, só posso dizer que estou muito grato à instituição que servi. Se é certo que a minha Universidade me permitiu ser o que sou hoje, não é menos certo que procurei sempre que ela proporcionasse o exercício pleno de vida das levas sucessivas de estudantes e também de cidadãos em geral”, declarou.

Carlos Fiolhais disse, na sua intervenção, que os anos de docência na UC permitiram-lhe “um contacto enriquecedor com muitos alunos”, dos quais guarda boas recordações. Acrescentou que foram “anos em que a investigação em Portugal conheceu um impulso tremendo”.

“Preocupei-me que a Universidade [de Coimbra] fosse cada vez mais aberta. Ajudando nesse processo durante mais de quatro décadas, peregrinei por escolas básicas e secundárias”, lembrou na palestra que finalizou com a leitura do poema “Tempo”, de Vitorino Nemésio.

Carlos Fiolhais proferiu hoje “a segunda última lição”, mas deixou claro que, se tiver que haver uma terceira e última está “pronto para isso”.