O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) disse esta segunda-feira que o ACES Dão Lafões está a fazer um “trabalho excecional” não só no combate à pandemia como na retoma das consultas e na vacinação.

“O que eu vi na visita às duas USF [unidades de Saúde Familiar] é um trabalho absolutamente excecional, apesar de termos encontrado profissionais exaustos, são muitos meses, mas continuam profissionais muito motivados e falámos com alguns”, sublinhou Carlos Cortes.

Numa visita ao concelho de Mangualde, este responsável assumiu que se vive “um momento sensível” com o número de infeções por SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19, “a aumentar novamente” e “os profissionais adiam as suas férias para dar uma resposta positiva à população”.

Mangualde é um dos 14 concelhos que constituem o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Dão Lafões e que, até ao dia 8 de julho, explicava Carlos Cortes, contabilizava “466 casos ativos” em toda a região. “Casos que necessitam do acompanhamento dos profissionais e os médicos de família, e os de saúde pública, estão a fazer um trabalho excecional de acompanhamento e Mangualde não é exceção no contexto Dão Lafões que tem tido uma resposta muito positiva”, destacou.

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A visita, à semelhança de outras na zona do Centro, explicou, é para “avaliar duas a três situações”: a resposta à pandemia, perceber o que está a ser feito na retoma e outro aspeto relevante como o da vacinação.

Sobre a retoma dos cuidados primários de saúde, Carlos Cortes disse que, no que diz respeito às consultas presenciais, “no segundo trimestre deste ano, realizaram-se 96.400 consultas, o que significa que houve um aumento, em relação ao período homólogo, de 108%“.

“Isto demonstra bem como, nos centros de saúde, estão a ver os seus doentes de forma presencial, não obstante, continuarem as consultas não presenciais e são à volta de 140.000. São número verdadeiramente positivos que significa que o ACES Dão Lafões está verdadeiramente a acompanhar os seus utentes“, realçou.

No que diz respeito às vacinas, o presidente da SRCOM considerou que os números registados nos 14 concelhos, que contam com 270.000 utentes, da população que está com a primeira dose, ou com as duas, “são dados devem orgulhar a região Dão Lafões”.

Gostaríamos de encontrar no país uma capacidade de resposta dos profissionais de saúde e uma organização como aquela que encontramos aqui na Dão Lafões. Há aqui uma motivação e capacidade de entrega que devem ser exemplo a seguir”, destacou Carlos Cortes.

O diretor da ACES Dão Lafões, António Cabrita Grade, que acompanhou a visita, revelou aos jornalistas os dados da vacinação, tendo em conta o último registo oficial, em 8 de julho, avisando que “ao fim de semana é sempre uma altura em que se vacina um enorme número de população”.

“O número de inoculações é muito significativo. O ACES Dão Lafões é um dos que tem a taxa de vacinação mais elevada no país e a que mais se destaca na região Centro, sendo que tem a ver com as características das populações e nós temos uma que é envelhecida”, justificou Cabrita Grade.

“A população elegível, que hoje está em condições de ser vacinada no ACES é de 252.000 utentes e já vacinamos com uma inoculação 152.220 utentes, ou seja, uma percentagem de 60,5%. Com a vacinação completa temos 110.853, ou seja, uma taxa de 44%”, contou.

Números que variam de concelho para concelho, uma vez que “alguns têm populações mais envelhecidas e, por exemplo, Penalva do Castelo tem cerca de 73% da população com a primeira dose assim como Penalva do Castelo, porque também são concelhos pequenos”.

Em Viseu, continuou este responsável, que contempla “98.000 utentes elegíveis para a vacinação, tem cerca de 59% das pessoas com a primeira inoculação e com a vacinação completa, estão cerca de 43%”.”Há, em toda a região do ACES, 641 doentes acamados em domicílio e com o apoio das carrinhas da Gulbenkian, 67% dessa população está vacina e, acreditamos que na próxima semana todo o processo deverá estar encerrado nos domicílios”, apontou.

António Cabrita Grade destacou ainda que “há profissionais, nomeadamente voluntários, que também de forma voluntária estão deixar as férias, e não têm um fim de semana há imenso tempo, para ajudarem no processo de vacinação”.