A deputada do PS na Assembleia da Madeira Sílvia Silva considerou esta quarta-feira que o risco de incêndio nas serras da região é “muito maior” esta que do que em 2016, porque há vários fatores potenciadores de “novas tragédias“.

“Estão reunidas as condições na Madeira para a ocorrência de novas tragédias de grandes dimensões”, disse a parlamentar socialista, numa intervenção no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, referindo-se a um estudo que foi publicado na passada semana pela Universidade de Évora.

Este estudo apontou que “a meteorologia e orografia na Madeira favorecem os grandes incêndios florestais”, sublinhou a deputada, criticando a rejeição de várias propostas da bancada do partido nesta área. Sílvia Silva censurou também “o fracasso da gestão florestal” na região, a “acumulação da carga combustível” nas serras e considerou que “o território está vulnerável”.

Estes fatores e “as alterações climáticas são imprevisíveis, sendo potenciadoras de condições propícias à ocorrência de grandes incêndios e o risco é muito maior do que em 2016“, considerou. A deputada socialista argumentou que o “amarelo que pinta e embeleza” as serras da Madeira é resultado da giesta e carqueja, plantas altamente inflamáveis que se espalham pelo território. No seu entender, “a diabolização e eliminação dos animais” que pastavam nas serras, que foram responsabilizados pela “destruição, erosão do solo, desertificação e alteração da paisagem não é nada em comparação com os impactos do fogo”. Para Sílvia Silva, “o gado e os seus donos podem e devem ser aliados na segurança e na prevenção dos incêndios, promoção de emprego e produção de alimentos“.

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Neste plenário marcou presença o secretário da Saúde e Proteção Civil da Madeira, Pedro Ramos, para defender uma alteração ao decreto legislativo regional que estabelece o regime legal da carreira dos técnicos superiores de saúde da região, o que vai abranger “40 profissionais“.

“O Serviço Regional de Saúde (SESARAM) tem procurado resolver as situações de injustiça” em relação a várias carreiras no setor, declarou o governante. O objetivo é “criar um mecanismo para a instituição de um procedimento de equiparação ao estágio, à semelhança da aplicação do regime extraordinário de equiparação a estágio“, para permitir a integração destes profissionais na carreira.

“Desta forma, por portaria conjunta, será possível aplicar na Madeira um processo de reconhecimento de competências assente na valorização da experiência profissional obtida, complementada, quando necessário, por formação específica adequada e, assim, responder às legitimas expectativas dos profissionais“, lê-se na proposta.

Os deputados madeirenses debateram esta quarta-feira um voto solidariedade proposto pelo deputado único da CDU, Ricardo Lume, para com os trabalhadores da PT/Altice, depois de a empresa ter anunciado o despedimento coletivo de cerca de 300 trabalhadores, após ter conseguido lucros de 449 milhões de euros. As propostas debatidas nos plenários do parlamento madeirense desta semana vão ser votadas na quinta-feira.