Ostras ao natural, gambas cozida, amêijoas na cataplana ou à bulhão pato, miolo de vieira ou lapas grelhadas, ouriços, percebes e ainda lavagante cozido. Segue a presente enumeração para ilustrar a diversidade do marisco que pode chegar à mesa e ao prato — divergências de gosto à parte, o calor que se faz sentir pede a pausa e convida à harmonização do fruto do mar com vinho, seja ele fresco, tenso, mineral ou marcado por uma acidez palpitante. Ou tudo isso numa só garrafa.

Para evitar discussões nas filas de supermercado ou até mesmo na hora de sacar a rolha, pedimos a sete sommeliers — Nádia Desidério (Belcanto), Rodolfo Tristão (leciona na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril), André Figuinha (Feitoria), Pedro Ramos (Alma), David Teixeira (Largo do Paço), Quinti Deceuninck (Cavalariça Lisboa) e João Pombo (Ofício) — para escolher até cinco vinhos capazes de um feliz casamento com o marisco. E no meio de tanto rótulo — são mais de 30 — foram apenas duas as repetições: falamos do Arinto dos Açores, com a assinatura do enólogo António Maçanita, e do espumante Ninfa Blanc de Noir, do Tejo.

Novos restaurantes a sul. 18 paragens para comer, de Sesimbra ao sotavento algarvio

Os vinhos apresentados brotam de solos argilo-calcários, vulcânicos ou graníticos, têm influência atlântica ou da serra e todos prometem ser um sucesso à mesa. Vibrantes, frutados, marcados pela salinidade, com um final entusiasmante, com presença marítima bem definida, sedosos, cheios, volumosos, até melosos, com um leve fumado, assertivos, com toques cítricos, complexos e, claro, gastronómicos são algumas das características assinaladas pelos sete escanções. E se o maior desafio na hora de harmonizar é a existência de iodo no marisco, “o que normalmente se manifesta através de um sabor ‘metálico’ que pode ser desagradável”, assegura João Pombo, a solução passa pela presença de taninos, estrutura e boa acidez. E por esta fotogaleria também.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR