A matriz de risco que o Governo usa para determinar o ritmo do desconfinamento, atualizada esta sexta-feira, apresenta, por estes dias, duas tendências diferentes: por um lado, o índice de transmissibilidade (R(t)) volta a descer, para 1,12; mas a incidência de casos não pára de subir, atingindo 355,5 casos por 100 mil habitantes.
A taxa de incidência continua em roda livre, galopando a escala do Governo (que já teve de ser alargada de 240 para 480 no eixo vertical, de forma a conseguir acomodar as sucessivas subidas). O valor atingido esta sexta-feira é já o dobro do que se verificava a 30 de junho (176,9). Desde então subiu para cerca de 179 no dia 2 de julho; 225 no dia 5; 247 no dia 7; 272 na passada sexta-feira; 316 esta segunda; 336 na quarta; e, agora, ronda os 356.
Estes valores, que são atualizados nos boletins de segundas, quartas e sextas, são referentes a todo o país. No caso de se retirarem as regiões autónomas da equação, o número é ainda maior — 366,7.
Em sentido inverso, no entanto, o índice de transmissibilidade da SARS-CoV-2 (que mede quantas pessoas alguém pode infetar num determinado período) tem apresentado uma descida consistente — 1,20 no boletim da Direção-Geral da Saúde de dia 7 de julho (quando atingiu um valor máximo nesta fase); 1,18 no dia 9 de julho; 1,16 na passada segunda-feira; 1,14 na quarta; e agora 1,12. Sem as ilhas, o número é ligeiramente superior esta sexta-feira (1,13), embora também tenha descido duas décimas.
Os 3.547 casos positivos desta sexta-feira são uma diminuição face ao dia anterior (3.641), mas ficam acima do valor registado no mesmo dia da semana passada (3.194). E há 15 dias eram 2.436.
Significa ainda que para encontrar uma sexta-feira pior nestes últimos meses é necessário recuar a 5 de fevereiro, quando se registaram 6.916 casos. Há, ainda assim, uma grande distância entre os dois — o valor agora conhecido é praticamente metade — e ainda maior é a diferença face à pior sexta-feira da pandemia, que teve lugar a 22 de janeiro, com 13.987 casos.
Por regiões, Lisboa e Vale do Tejo teve 1.460 casos de infeção registados no último dia, ou seja, 41,16% do país. Seguem-se o Norte, com 1.305 casos, ou 36,79% do total, Centro (304), Algarve (302), Alentejo (105), Açores (50) e Madeira (21).
Há agora mais 969 casos ativos do que no dia anterior, num total de 49.445. Esta subida verifica-se depois de as 2.571 recuperações do último dia terem ficado bem abaixo dos 3.547 novos casos.
Os dados do boletim da DGS desta sexta-feira dão conta ainda de mais 4 internamentos com Covid-19, para um total de 778. É o valor mais elevado desde 19 de março (na altura 789 doentes), como, aliás, já se verificava esta quinta-feira.
No entanto, os cuidados intensivos apresentam uma tendência inversa — há agora menos 3 doentes nestas unidades, num total de 171 camas ocupadas. Na passada quinta-feira, os 174 internamentos em cuidados intensivos representavam também o número mais elevado desde 19 de março.
Valores máximos da pandemia:
— 6.869 internados, a 1 de fevereiro.
— 904 em cuidados intensivos, a 5 de fevereiro.
Entre as sete mortes registadas no boletim desta sexta-feira está uma mulher na casa dos 50 anos. Há ainda um homem entre os 60 e os 69 anos, duas mulheres na casa dos 70 e três outras pessoas acima dos 80 anos (dois homens e uma mulher). Desses óbitos, 3 tiveram lugar em Lisboa e Vale do Tejo, 2 no Norte e 2 no Algarve.
Desde o passado sábado, 10 de julho, morreram 52 pessoas. Este número representa uma subida de 52,9% face ao período imediatamente anterior — 34 mortes entre 3 e 9 de julho.
Desde que começou a pandemia:
— 923.747 casos
— 857.108 recuperações
— 17.194 óbitos