Um grupo de cubanos de Miami, EUA, anunciou esta sexta-feira que, se reunir 100 barcos, partirá na segunda-feira em direção à fronteira marítima com Cuba para mostrar ao povo da ilha que não estão sozinhos nos protestos.

Os barcos vão encontrar-se num ponto de Government Cut — principal canal de saída para o mar, a partir do Golfo da Biscaia — e o objetivo é aproximarem-se até cerca de 20 quilómetros da costa cubana, segundo os organizadores.

“Na manhã de segunda-feira (…) queremos mais de 100 barcos em Government Cut”, declarou Osdany Veloz, um dos organizadores da travessia, na sua página da rede social Instagram, acrescentando que a expedição não ocorrerá se não atingirem aquele número de embarcações.

O objetivo é mostrar solidariedade com manifestantes que no domingo protestaram contra a crise económica que se vive na ilha, agravada pela pandemia de Covid-19, que o governo de Havana não consegue controlar.

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As autoridades dos Estados Unidos têm-se oposto a expedições para Cuba, mas desde as manifestações do passado domingo naquela ilha, grupos de cubanos em Miami têm estado a preparar a iniciativa.

A Guarda Costeira norte-americana publicou na quinta-feira um “Aviso à Navegação” no qual se afirma que “é ilegal a saída de marinheiros com a intenção de viajar para Cuba, sem autorização”. Para entrar nas águas territoriais de Cuba é necessária uma licença, recorda o edital.

Jorge López, um porta-voz do grupo organizador da expedição, indicou, segundo o jornal Diario de las Américas, que o plano é aproximar-se de Cuba, mas não atingir as águas cubanas, “para que o povo da ilha saiba que eles têm o apoio do sul da Florida”.

A Guarda Costeira e o Departamento de Segurança Interna dos EUA alertam ainda para o perigo físico dessas travessias, devido às mudanças nas condições climáticas, e lembram que é ilegal levar ajuda e resgatar pessoas que tentam chegar aos Estados Unidos.

De acordo com a Guarda Costeira, embora apenas cerca de 145 quilómetros separem Cuba de Florida Keys, na Florida, a viagem pode precisar de cerca de 193 quilómetros, se as condições climáticas forem adversas.

Também Ramón Saúl Sánchez, líder do Movimento pela Democracia e especialista na organização de expedições com barcos, alertou para os perigos de viagens irresponsáveis, não só pelas condições meteorológicas, mas também pelos problemas jurídicos que essas iniciativas acarretam.

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